Permita-me que, por meio do jornal que V. Exa. dirige, faça uma pergunta pública:
A Câmara Municipal das Caldas da Rainha garante a salubridade da água distribuída pela rede pública dos Serviços Municipalizados, em toda a sua extensão e apesar das rupturas frequentes que aparecem na canalização pública por manifesta falta de manutenção e de investimento na sua reconstrução?
Já fiz directamente este pergunta por escrito aos Serviços Municipalizados e não tive resposta.
E a sua justificação é simples: no passado dia 28 de Agosto, ao princípio da tarde, a água que me saía das torneiras (moro no Cabeço da Vela, na Serra do Bouro) começou a ficar com cor terrosa. Pouco depois, abria-se mais uma ruptura na canalização.
As rupturas, como tantas vezes se vê pelas zonas de água à superfície, não acontecem de repente. A canalização, velha e revelha, vai abrindo. Durante um tempo indeterminado, a água que chega às torneiras domésticas está em contacto directo com a terra, a poeira e toda a espécie de micro-organismos e porcarias que se encontram no solo. E essa água é salubre? Pode ser bebida em condições de segurança?
Não basta ter exames feitos que não consideram o efeito das fissuras da canalização!
E, já agora, há que acrescentar que depois da ruptura, ficou mais um remendo na rua. O remendo é de terra batida e já se nota que o buraco está a abrir-se por efeito da passagem de toda a espécie de veículos.
É o 24º remendo numa rua de 1600 metros de comprimento e onde só mil metros ainda mantêm uma pálida imagem do alcatrão que em tempos os cobriu depois de terem recebido, ao longo dos anos, um total de 23 remendos destinados a tapar mais do que 23 rupturas.
A exorbitância que pagamos aos Serviços Municipalizados pela água de duvidosa salubridade que bebemos devia ser utilizada para resolver este tipo de problemas!
Pedro Garcia Rosado
NR- Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à Câmara das Caldas, convidando-a a replicar ou comentar, mas não obteve resposta.
































