Luiz Rolim
engenheiro civil
Primavera adentro e passado o mês de maio, podemos usufruir do Parque D. Carlos I, em todo o seu esplendor, bem cuidado, organizado e limpo. A Mata Rainha Dona Leonor não desmerece em nada, embora com características muito diversas, também cuidada e atualmente muito frequentada pelos apreciadores da natureza e das caminhadas. Estes dois elementos urbanos ilustram bem o que as Caldas foram e merecem ser, desde que tenhamos o cuidado e o engenho para harmonizar e integrar o conjunto, oferecendo a quem nos visita e a nós próprios, uma cidade moderna e apelativa.
Não olvidemos as duas vias importantes, A8 e A15, que aqui confluem e potenciam visitantes e proliferação de superfícies comerciais. Uma cidade de serviços e comércio tradicional, por vezes ainda pouco inovadora, a necessitar redefinir estilos e maior agressividade na promoção das suas criações, bem como na atratividade. O conjunto museológico, a cerâmica e seus artesãos, a escola de artes, o centro cultural e a praça assim o exigem.
As várias entradas da cidade merecem ou deveriam merecer qualidade adequada
Todo este preâmbulo serviu de mote a apontar pormenores, nomeadamente nos cuidados ou falta deles, que têm merecido as entradas da cidade.
Nestas notas urbanas de junho, refiro as condições estéticas das várias entradas da cidade que merecem ou deveriam merecer, qualidade adequada. Considero cinco grandes acessos, em diferentes estados de apresentação. Para mais fácil reconhecimento denominarei as rotundas pelo seu enquadramento usual e como são mais conhecidas.
A entrada Sul, pela rotunda de São Cristóvão, não fora a deficiente apresentação do espaço em frente ao quartel da Escola de Sargentos, até não desmerece, sendo alvo de beneficiação atual nos pavimentos.
A entrada Nascente necessita ser dotada de passeios e protecções laterais pelo menos desde o alto do Imaginário até à rotunda da Avenida Circular. Zona de perigo para peões e velocípedes.
As duas entradas de Poente, pela Zona Industrial e pela Fábrica do Sabão (antiga estrada da Foz do Arelho) encontram-se em fases distintas. A primeira, a necessitar de desenho adequado à especificidade do trânsito, desde a rotunda da Zona Industrial até à rotunda do “Retail-Park”. A segunda, em melhores condições, vai usufruir do desafogo que o arranjo paisagístico lhe conferirá, contudo a implantação da ciclovia limita um desenho com outros horizontes. De notar que se espera grande desenvolvimento para o loteamento tecnológico, com volumes de trafego consideráveis.
Por último e a que mais entristece, a entrada Norte, denota falta de passeios, com plantação de postes de iluminação, distribuição de energia e telecomunicações, de outras épocas, não se coadunando com a cidade de serviços e comércio locais.
Sei que nem tudo se pode fazer de uma vez mas vale a pena apontar caminhos e vontades. Bom planeamento e faseamento das obras, com desenho simples e visão serão apreciados.
































