Todos os recentes estudos publicados apontam para que a nossa sociedade caminha rapidamente para um cataclismo ambiental devido ao consumo excessivo de recursos naturais à poluição e às emissões de gazes com efeito estufa.
A transição para uma economia circular é a forma de preservar o equilíbrio ambiental do planeta e promover o desenvolvimento sustentável das nossas sociedades.
Quando se questiona um autarca ou um cidadão sobre a forma de o seu município se tornar mais circular a primeira resposta que muitos darão será “reciclar mais.”
Reciclar é importante, inclusive para cumprir as metas ambiciosas de reciclagem estabelecidas, em 2018, na União Europeia, mas não será suficiente face a mudança de paradigma que a transição para uma economia circular implica.
A economia circular vai implicar alterações de estilo de vida, que envolvem quer produtores quer consumidores.
A própria hierarquia de gestão de resíduos, expressa na Directiva sobre resíduos, (prevenção e redução, preparação para a reutilização, reciclagem, outros tipos de valorização, por exemplo a valorização energética e a eliminação) coloca a reciclagem em terceiro lugar.
A economia circular aposta nos primeiros níveis desta hierarquia promovendo a prevenção da produção de resíduos, a recuperação, a reutilização, a partilha, o prolongar do ciclo de vida dos produtos e a remanufactura.
Uma cidade circular deve assim poder desenvolver-se reduzindo (ou pelo menos não aumentando) o consumo de matérias-primas e energia e a produção de resíduos para além da capacidade de regeneração da biosfera. Neste sentido existem inúmeros ações que poderão ser desenvolvidas pelas autarquias para promover a transição para uma economia circular.
Alguns exemplos:
Energia:
‐ Tornar os edifícios mais eficientes;
‐ Melhorar o tráfego e promover o uso de transportes públicos;
‐ Criação de ciclovias e de sistemas de partilha de bicicletas;
‐ Aumentar a produção local de energias renováveis
Água:
‐ Promover a eficiência hídrica;
‐ Reutilizar as águas da chuva e as águas residuais.
Alimentação.
‐ Promoção das quintas urbanas;
‐ Redução do desperdício alimentar.
Matérias-primas:
‐ Promover a prevenção da produção de resíduos;
‐ Criação de Centros de Reuso;
‐ Estimular a simbiose industrial – em que um resíduo ou subproduto de uma indústria se transforma em matéria-prima para outra;
‐ Promover a reutilização e a reciclagem dos materiais;
‐ Instalar sistemas de recolha de resíduos sólidos urbanos porta a porta e sistemas “pay as you throw” (aplicando aos consumidores uma taxa variável em função da quantidade produzida.
A transição para um modelo de Economia Circular não se faz sem um amplo envolvimento dos cidadãos. Cabe aos municípios promover a informação, a sensibilização e o envolvimento dos seus munícipes no sentido de estes adotarem padrões de consumo mais sustentáveis, incluindo maior utilização de transportes públicos ou bicicleta em detrimento do recurso ao transporte individual, uso mais eficiente da água e da energia, menor produção de resíduos e maior reciclagem de materiais.
Municípios e economia
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