Esta semana tem início o novo ano escolar, e mais um ano marcado pela pandemia.
Desde esta segunda feira 13 de Setembro já não é obrigatório o uso de máscaras na rua em espaços abertos. Esta obrigação durou quase 1 ano, pois vigora desde 28 de Outubro de 2020. Claro que se estivermos na rua num local cheio de gente a utilização de máscara pode fazer sentido como medida de redução do contágio, mas deixa de ser forçoso.
Mas nas escolas a máscara será ainda obrigatória, e o seu uso também é obrigatório nos recreios, segundo o Referencial Escolas – Controlo da transmissão de COVID19 em contexto escolar, publicado a 31 de Agosto pela Direção Geral de Saúde, apesar da Senhora Diretora Geral de Saúde ter falado que o uso da mesma é recomendado. Recomendado ou obrigatório?
Há uma grande diferença, que passa pela responsabilização de quem toma esta medida.
Ora, vejamos, será assim tão fundamental dada a taxa de propagação do vírus nas crianças que elas tenham mesmo que usar máscara nos recreios?
Contexto atual – quase 80% da população está totalmente vacinada e 7% aguarda a segunda dose. Com mais de 92% da população com mais de 25 anos já vacinada. A vacinação em Portugal está a ser um sucesso. Estamos em 8º lugar no ranking.
E mesmo assim, as nossas crianças e jovens têm que usar máscara nos recreios, que muitos deles são ao ar livre. Nesta pandemia todos fomos sacrificados, por um bem comum, é certo. Mas as crianças de hoje serão o futuro de amanhã. Com ou sem pandemia. E convenhamos que o direito a ser criança se perdeu nas medidas e no controlo da doença.
A propagação em crianças e ambiente escolar existe, mas é baixa. Se já se pode fazer quase tudo (jogos de futebol, casamentos, viajar, eventos, feiras,…) e desde segunda feira nem máscara precisamos na rua, porque não pensamos nas crianças tal como são? É uma medida que prejudica a sua saúde. E quando me refiro a saúde quero dizer também a saúde mental.
Estamos a limitar a sua capacidade de socialização, de interação entre os pares, de crescimento e todas as consequências psicológicas que daí advêm. Ou há dúvidas que os impactos da pandemia, principalmente a nível da saúde mental das gerações mais novas, vão perdurar no tempo?
A pandemia não acabou, e o vírus continua por aí. Vamos pensar nas nossas crianças, que passaram por confinamentos nunca antes imaginados, tele escola, ensino à distância, isolamento da família e amigos. A vontade de uma nova normalidade emerge em todos, e nas crianças? Nos adolescentes? Na geração que será o futuro deste país?
Dá para, ao menos, nos recreios poderem “respirar” livremente? ■
MÁSCARAS – uso recomendado ou obrigatório? “Deixem as crianças em paz”
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