Lamento de um encarregado de educação

Escolhi uma escola com contrato de associação, fiz essa escolha de forma consciente, pensada e reflectida porque era sem dúvida a melhor alternativa para a nossa filha.
No 5º e 6º ano de escolaridade frequentou a escola pública e o nosso desalento enquanto pais foi sempre aumentando: mês e meio sem a disciplina de Português e sem a atribuição de um professor de substituição, assunto que me fez deslocar inúmeras vezes á escola e a reclamar nos serviços da DREL. Faltas e mais faltas, escola fechada… Uma estrutura obsoleta e envelhecida que se recusa a avançar.
Fala-se na optimização de recursos, pois bem a título de exemplo proponho que em “modo de visita de estudo” se entre em qualquer uma das secretarias das escolas públicas das Caldas e na secretaria da escola com contrato de associação e pasme-se com a surpresa: o colégio tem duas funcionárias na secretaria que tratam de todo o expediente, ajudam os nossos filhos, atendem os nossos telefonemas e ainda conseguem ter um sorriso no rosto. Quantos funcionários têm as outras secretarias?
Optimização de recursos é fechar uma escola recente, com um excelente pavilhão desportivo, com acessos fáceis e seguros?
Em dois anos de frequência na escola com contrato de associação nunca estive angustiada se a escola estaria ou não aberta o que é muito importante para quem trabalha.
Tem uma rede de contacto com os pais assente na verdadeira proximidade, imagine um director de turma que fala consigo ao telefone, que lhe responde no próprio dia ao email, não é ficção é verdade existe no nosso concelho, mas querem privar-me desta confiança.
Uma escola que não é um “depósito”, é Viva, tem projectos, tem conforto, tem cor palpita e avança com os sonhos dos Nossos Filhos é isso que querem encerrar! Nós escolhemos o projecto educativo que melhor se adapta, escolhemos a estrutura onde sentimos mais confiança. A escola pública não deveria ser imposta, deveria ser suficientemente boa para ser a única escolha dos pais. Antes de se imporem desta forma deveriam pensar porque não são a alternativa.
Não deixa de ser uma completa ironia que o Partido Socialista que apregoa bem alto a justiça social, o PCP que se afirma como o partido pelos trabalhadores e o Bloco de Esquerda o partido de todas as liberdades, fiquem na nossa história como os “carrascos” de um dos maiores despedimentos e da usurpação da Liberdade de escolha de pais e filhos!

Cátia Rocha