Lagoa de Óbidos – venha uma draga a sério que o assunto é sério!

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Existe muito para divulgar relacionado com o desassoreamento da Lagoa de Óbidos, lagoa que pode ser considerada a maior maternidade da Península Ibérica.
Especialistas nas vastas áreas relacionadas e envolvidos em projectos de sucesso como o Desassoreamento do Canal de Suez, o Alargamento do Canal do Panamá ou mesmo construções de Diques na Holanda, verdadeiros especialistas, conhecedores dos vários tipos de correntes marítimas sejam elas correntes de superfície ou de profundidade, não têm dúvidas em afirmar que, assim como há muito a criticar, há mais ainda para ser feito. Mas até à data nada tem sido feito em prol da lagoa.
Neste momento existem zonas com lodo de 1,50 metros e coroas de areia por toda a lagoa.
A dragagem tem que começar no Covão dos Musaranhos, pela zona navegável. Nessa vasta área deverão ser criados viveiros, e porque não, com o apoio de todos os mariscadores, aproveitando assim as condições da lagoa para viveiros de todos os tipos de bivalves. É definitivamente, urgente uma draga permanente com capacidade de aspiração e balde de imponência significativa, ao contrário das mini dragas que temos visto ao serviço. Venha uma draga a sério, que o assunto é sério. Devia-se dispor de pessoal devidamente qualificado para que não surjam situações como as actuais em que ficaram soterradas e perdidas toneladas de berbigão e amêijoa.
Parte destes especialistas, acompanhados pelo Inspector Amaral, reuniram-se e decidiram formular um pedido de audiência com carácter urgente, à presidente da mesa da Assembleia da República, Dra. Assunção Esteves, com o fim de lhe ser fornecida toda a informação técnica relacionada com situação que se vive actualmente com a Lagoa de Óbidos. Será também de seguida formulado um pedido de audiência, desta vez à Sr.ª Ministra, Dr.ª Assunção Cristas, anexando um convite para uma visita à Lagoa de Óbidos, para que se possa mostrar as verdadeiras razões de preocupação e a noção do muito que há a fazer para a recuperação e aproveitamento para o alargamento das águas territoriais, das 12 milhas actuais para as 15 milhas, e consequentemente das 200 milhas exclusivas para as 230 milhas nesta área. Esta visita possibilita também um alerta para os muitos perigos de poluição, em especial no que respeita aos corredores marítimos.
Por todas estas situações torna-se urgente a realização de mais do que uma reunião com os elementos competentes do governo, seja no parlamento ou nas Caldas da Rainha.
Os especialistas alertam que situações como esta, não se resolvem com passeios de bateira e muito menos com pessoas que não possuem o mínimo de conhecimento da matéria. Problemas como o que se vive na Lagoa de Óbidos têm de ser resolvidas por especialistas, pessoas capazes e competentes, que tenham o conhecimento do que é fazer um acordo com a mãe natureza e não contrariá-la como tem sido feito, sem sucesso. Aliás, pelo contrário, pela lógica a ideia que transmite o que tem acontecido é de que a Mãe Natureza é que manda e nada podem fazer contra isso, ou até, tanto mexeram que estragaram. Pois bem as pessoas certas sabem o que fazer; as pessoas erradas, limitam-se a inventar soluções, até bater certo… ou não.
Estes especialistas, nada têm contra o Conselho da Cidade. Só que a verdade tem de ser dita e enfrentada: o Conselho da Cidade não tem ninguém com conhecimentos nesta área, que requer e obriga a uma larga experiência, e presentemente essa pessoa não se encontra disponível, pois abandonou o Conselho da Cidade, exatamente por discordâncias com o comportamento e atitudes tomadas em relação ao assunto, e com 53 anos de experiência permitem-lhe colaborar diretamente com a Área de Alto Risco e as Autoridades Marítimas, a fim de se encontrar solução urgente para o problema. Posto isto, foi decidido, em todas as reuniões que se vierem a efetuar, quer em Lisboa, no Parlamento, quer nas Caldas da Rainha ou Óbidos, não envolver, por exemplo, membros do Conselho da Cidade, por não se encontrar qualquer vantagem na sua presença. O Inspetor Amaral, irá pedir a presença da vereadora da Cultura de Caldas da Rainha e deputada na Assembleia da República, para marcar presença nas reuniões a efetuar.
Uma das soluções previstas, para já, será o pedido de uma draga TIP PH8 KONG A – KONGO 7, uma draga de aspiração e balde, com imponência significativa, prevista como a única solução para a Lagoa de Óbidos. Esta draga terá que dar entrada para a Lagoa, via mar devido à sua imponência, mas é uma certeza dada para definitivamente salvar a lagoa.

José Manuel G. Amaral

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