Justiça pobre, justiça que temos

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Sou um cidadão paraplégico e moro numa pequena rua das Caldas,  Rua Teixeira Lopes, e pelas circunstâncias da vida sou obrigado a morar numa fracção que é de comércio.

Vivo num autentico pesadelo há seis anos, desde que os restantes moradores do prédio decidiram  nomear uma empresa de condomínios para me infernizar a vida. Esta empresa tem uma mulher como administradora que, logo que chegou,  juntou os que têm mais permilagem e pediu procuração em nome dela e das empregadas dos que não estão cá e assim tem todos os poderes para poder fazer o que quer, infringindo todas as regras da lei , começando por deliberar que eu tinha que pagar três vezes mais do que devia. Nunca pude impugnar pois só tive conhecimento nove meses depois que ela estava em funções quando me enviou uma carta a ameaçar com cobrança coerciva das quotas em atraso. Quando telefonei à senhora, esta ainda fez chacota de mim ao telefone e disse que quem manda é a maioria .
Começou logo por autorizar obras no terraço por cima de mim, de um dos condóminos  que ela  representa. O trabalho foi mal feito e daí começou o meu pesadelo pois quando chegou o Inverno chovia na minha cozinha de tal maneira que a água teve que ser desviada com plásticos e caleiras coladas na parede para o lava-louça. E assim sofri dois anos que nem a comida podia fazer durante todo Inverno. Nunca tive a solidariedade de ninguém, apesar de até a Protecção Civil, depois de visitar o local, nunca quiseram saber. Até que decidi escrever ao proprietário da fracção responsável que me respondeu e me disse que vinha dentro de dias a Portugal e me pagava. E veio de facto falar comigo e pediu para ver a carta e quando lhe a mostrei tirou-ma e fugiu .
Passado uma semana veio um senhor falar comigo dizendo que a administradora tinha o dinheiro para me reparar os danos. Daí a duas semanas este disse-me que a senhora  já não o autorizava. Foi então que recorri à justiça. Passado muito tempo, como sabemos, a sentença foi que afinal a responsabilidade era do condomínio e este foi absolvid, mas continuado o dinheiro na mão da administradora. Mas a minha fracção nunca foi reparada. Depois de terem reparado o terraço, tive que eu pagar. Entretanto foi-me bloqueada uma conta bancária por não pagar as quotas. Até hoje ainda está .
Entretanto meti uma acção para destituir a administradora e por azar meu foi parar à mesma juíza que provou favorecer os advogados que defendiam a administradora. Esta começou por me dizer na audiência, antes de começar a chamar as testemunhas, que ia ficar tudo na mesma, ou seja, nem da juíza eu tive qualquer compreensão. E apesar de esta dizer aos advogados de ambas as partes que havia matéria crime da parte da ré, acabou por absolver e a mim expulsou-me da sala porque eu disse que nunca tinha visto aquela testemunha que estava ali a mentir com todos os dentes. Compreendo agora que a juíza pactue com os advogados da ré para que estes me possam pedir as despesas com o caso, o que já fizeram .
Eu sempre acreditei na nossa justiça mas agora já não sei o que pensar. Haverá por aí alguém que me consiga explicar o que se passa com a nossa justiça?
Esta publicação poderá servir a todos aqueles que vivem em condomínio. O que estas pessoas fazem é formar uma espécie de máfia. Contratam os melhores advogados que os defendem com unhas e dentes, que têm acordos secretos por detrás e não se consegue destituir os administradores quando estes são pessoas de má fé. Está aqui o exemplo. Eu conheço outros casos idênticos.

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António Almeida Silva

 

 

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