Estou a escrever esta crónica antes de partir para Paris, cidade onde volto sempre com paixão.
É bom mudar de ares e ir ver o que de melhor se faz em Paris. Não será o centro do mundo, mas para a minha geração ainda o será, em parte. Da música, ao cinema, à literatura, crescemos aprendendo a cultura francesa.
Como os leitores da Gazeta das Caldas bem sabem, há poucos meses atrás, os cronistas convidados foram mudados. De tempos a tempos é bom renovar. Novas caras, novas opiniões…
Quando a Gazeta me convidou para escrever, obviamente, que fiquei honrado e achei que podia dar a minha parca colaboração para uma discussão sobre a cidade das Caldas da Rainha. Para uns, uma cidade já das artes, para outros uma cidade ainda adormecida.
Pois, como os leitores sabem, organizei, recentemente, com o João Paulo Cotrim (Editora Abysmo) um fim-de-semana literário nas Caldas da Rainha.
Uniram-se esforços, e com a ajuda de meia dúzia de pessoas, e sem qualquer apoio monetário de terceiros pusemos mão à obra.
Centenas de pessoas participaram neste evento. Dezenas de escritores, jornalistas, ceramistas, artistas plásticos, colaboraram e agitou-se a cidade.
Começámos numa quinta-feira à noite e o último escritor foi levado a Lisboa na segunda-feira seguinte.
Debates, conversas, conferências, exposições, lançamentos de livros, tudo aconteceu.
O programa foi fechado e publicado dias antes.
Esteve sempre online… nalguns lugares esteve afixado. A Gazeta publicou-o na íntegra.
Depois do acontecer vieram os balanços… muitos parabéns, muitos elogios de quem acompanhou e participou… para quando o próximo?
O evento teve cobertura da imprensa local e nacional.
Não discuto critérios jornalísticos. Aliás, de chefe de redacção a Director Adjunto de uma revista, já tive esse trabalho e paixão.
Dono de uma agência de comunicação, também por aí passei.
No que concerne à Gazeta das Caldas e apesar dos elogios ao evento, que se retiram das várias páginas de reportagem, julgo que tenho o direito a discordar quer do título – Um fim-de-semana literário caótico… (num dos dicionários que consultei, caótico é sinónimo de caos, desordenado, confuso) e bem assim, de frases “mortais” para quem organiza um evento…
“Apesar da organização ter sido algo confusa (não havia informação sobre os sítios onde decorriam os eventos)”, o que não corresponde à verdade – o programa estava todo online, a própria Gazeta publicou o programa na íntegra na semana anterior….
“Desorganizado, com um programa que sofreu alterações até ao último momento” – após a saída do programa apenas duas alterações – o local do lançamento do livro do Carlos Querido, que julgo não perturbou ninguém… foi em frente ao local agendado, e a conversa com o João Soares que se alterou com o Luís Afonso porque o Tomás Vasques, que o trouxe de Coruche, se enganou na A13 / A 15 fazendo mais 60 Kms…
Isto não obsta a que se reconheça que se podia ter comunicado melhor, impresso programas para se distribuir, etc… mas tudo isto custa dinheiro…
Sem orçamento, fez-se das “tripas coração” para haver dormidas, refeições, transportes, etc… pessoal de staff a funcionar…
Por isso, entendo que é injusto a apreciação que a Gazeta das Caldas faz à organização. Tudo aconteceu praticamente à hora… mesmo a exposição inaugurada no Centro de Artes, às 23h00, teve um número significativo de pessoas… mais de cem pessoas passaram nessa noite por aí…
Sans rancune…
































