Já a minha Avó me dizia – Notas soltas

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Dirigido por Bernad Arnault e com projecto de Frank Gehry (o arquiteto, entre muitos outros, do Museu Guggenheim de Bilbao) a Fundação Louis Vuitton construiu um espaço arquitetónico vanguardista em Paris. Localizado na orla do Bois de Boulogne e dentro do Jardin d´ Acclimatation, jardim com mais de 160 anos, este edifício esmaga o visitante pela sua grandiosidade e modernidade. Um só edifício pode ele próprio ter uma linguagem que nos faz regressar sempre ao mesmo local. Bilbao mudou com a construção do Museu Guggenheim e, a esta parte da cidade de Paris, certamente irá acontecer o mesmo. Grandes galerias expositivas. “Au diapason du monde” é a nova coleção que está exposta, de Gerhard Richter a Takashi Murakami, entre muitos outros, podem ser apreciados e “saboreados”. A Fundação Louis Vuitton tem, igualmente, espaços expositivos em Munique, Veneza, Pequim e Tokio.
No Centro Georges Pompidou, também se comemora este mês de Maio os cinquenta anos do “ Maio de 68”. A irreverência de uma geração que, certamente, marcou muitos de nós, apesar de sermos muito jovens, mas as ondas de choque prolongaram-se no tempo. O aprender a dizer não, o aprender a dizermos o que pensamos, o aprender a termos um sentido crítico da vida… foi algo que podemos agradecer ao “Maio de 68”.
Festival da canção, goste-se ou não, houve um momento único. Salvador Sobral e Caetano Veloso. Ficaram para a história. Só isso valeu a pena dormir um pouco no sofá e acordar a tempo de ver este encerramento.

Óbidos, Vila literária. O Fólio. A paixão pelos livros, pelos autores, pelos editores. Celeste Afonso e José Pinho. As duas faces da mesma cara. Parece que Celeste Afonso se afastou… a ver vamos o que se vai dizer…
Hoje, dia 15 de Maio a loucura atingiu o Sporting Clube de Portugal. Para nós simpatizantes não temos palavras. Actos criminosos foram praticados. Que o inquérito judicial corra célere. E as medidas punitivas sejam exemplares. E que além dos autores materiais, também se encontrem os autores morais. Já no jogo com o Benfica em Alvalade, alguns adeptos lançaram tochas para a baliza do Rui Patrício… Será que a entidade patronal tem assegurado o direito à integridade física e moral dos jogadores do Sporting? Não terão, hoje, os jogadores o direito a rescindirem os seus contratos de trabalho com justa causa?
Está, também, em causa o prestígio deste País de “brandos costumes”, onde morreram dezenas de pessoas em fogos, onde se morre aos milhares em acidentes de viação, onde nos quarenta anos de Democracia agimos encolhendo os ombros, e por isso, os escândalos de corrupção… a perpetuação no poder de alguns… nos mais variados lugares… mas onde cada vez mais estrangeiros nos visitam e querem cá ficar a viver… Não sabem onde se “vêm meter…”, já dizia a minha Avó…

Jacinto Gameiro
jacintogameiroadv@gmail.com

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