Vai ficar na história, como um número mágico para a cidade das Caldas da Rainha. O Caldas S. C. eliminou o Farense, após ter feito o mesmo com a Académica e está nas meias-finais da Taça de Portugal.
Mas não é tudo. Número de espectadores nos jogos da Taça: Cova da Piedade/Sporting – 3500; Rio Ave/Desportivo das Aves – 3200; Caldas/Farense – 6000.
Para uma cidade com cerca de 25 mil habitantes é demonstrativo da mobilização das pessoas quando entendem o objectivo comum como fascinante.
Havemos de voltar a este tema a propósito da programação cultural ou da ausência dela; da ausência de uma verdadeira política de sustentabilidade, que se reflecte por exemplo nos festejos de Natal; etc.
Nestas crónicas tentarei, também, abordar assuntos que podemos entender como mesquinhos, pequenos nadas, mas que fazem o nosso dia a dia.
Desde há muito, que oiço dizer que lavar as mãos depois de se ir à casa de banho é muito importante. São frequentes as campanhas hospitalares para se lavar as mãos para se combater a transmissão de bactérias e de vírus.
Mas numa ida à casa de banho do parque de estacionamento do CCC, não é possível fazê-lo. Desde há muito que não existe nem papel, nem qualquer sabão/detergente para as mãos.
Agora que chove… conto uma pequena história passada na época dos incêndios, demonstrativa do modo como não agimos perante os problemas.
Todos nós nos assustámos, principalmente quem vive no campo.
Um amigo, perante a tragédia que se assistiu, mandou cortar os pinheiros que circundavam a sua casa. Pagou bom dinheiro para lhe fazerem este serviço. Mas os vizinhos tinham os seus terrenos todos cheios de mato. Ei-lo, que se deslocou à junta de freguesia e à GNR para pedir que notificassem os proprietários para que limpassem os terrenos. O que nunca aconteceu, porque lhe responderam que era difícil, porque não sabiam quem seriam os mesmos.
E o mato lá continua. E o risco de incêndio também.
Num concelho, eminentemente rural, onde, aliás, o maior pomar da Europa foi transformado em eucaliptal… o risco também é elevado…
Mesmo em algumas zonas da A8 a floresta quase que chega às faixas de rodagem….
A ver vamos se alguma coisa muda… com as novas competências das autarquias neste sector… e responsabilidades…
Mas como a minha avó me dizia, é sempre bom culpar os outros, de preferência, pessoas de quem não gostamos, ou que não conhecemos bem!
E nesta época aqui fica, um pedaço do: “Poema aos homens constipados” de António Lobo Antunes,
“Pachos na testa, terço na mão
Uma botija, chá de limão
Zaragatoas, vinho com mel
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer
Mede-me a febre, olha-me a goela
Cala os miúdos, fecha a janela
Não quero canja, nem a salada
Chama o doutor, passa a chamada
Ai Lurdes, Lurdes, nem dás por nada
Faz-me tisanas, e pão-de-ló
Não te levantes, que fico só
Aqui sozinho a apodrecer
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.”
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Até à próxima e “abafem-se, abifem-se e avinhem-se”, pois, se forem às urgências, arriscam-se a esperar lá umas horas e voltarem piores e, por favor, lavem as mãos…