Racionalizar meios
Na semana passada, ao fazer zapping para procurar um programa de televisão que despertasse algum interesse, (globalmente a programação dos diferentes canais, mesmo os de cabo, tem vindo a baixar de qualidade e quem não tiver assinatura dos canais de cinema, dificilmente consegue ver alguma coisa aprazível), assisti durante algum tempo a um debate de informação sobre economia, onde se discutia quando será a próxima crise.
Pareceu haver unanimidade dos intervenientes, quanto ao facto de que ela “virá”, não se sabendo é quando!
Para uns 2020, para outros mais tarde.
É um pouco como os tufões. Como dizia a minha Avó. São todos maus, mas uns piores que outros.
São aquelas verdades que nunca se erram e até parece que somos especialistas.
Também tem sido tema da agenda política a descentralização de competências do poder central para o autárquico.
É, certamente, um desafio complicado, e que irá criar a necessidade das autarquias se modernizarem e se dotarem de estruturas hodiernas e eficazes.
Ora, devemos aproveitar este evento para se discutir com profundidade a reforma da administração em Portugal.
É um dever de cidadania que todos nos envolvamos neste debate.
Como se sabe, não houve, até hoje, capacidade nem coragem política para se fazer a reforma do Estado.
Não foi encerrar algumas centenas de freguesias e que agora, algumas terão retorno, que se faz uma verdadeira reforma da máquina estadual.
Em primeiro lugar, é importante termos a noção da nossa dimensão.
Somos um país com cerca de 10 milhões de habitantes.
Uma cidade de dimensão no estrangeiro, Londres e Nova Iorque, por exemplo, têm mais de 8 milhões de habitantes.
Somos governados por 308 Câmaras Municipais.
No caso do Oeste, municípios de pequena dimensão.
Por exemplo, concelho de Caldas da Rainha, cerca de 50 mil habitantes.
Óbidos 11 mil habitantes.
Peniche 27 mil habitantes.
Bombarral e Cadaval, 13 mil e 14 mil “almas do Senhor”.
Já imaginaram a racionalização de meios, custos e mesmo de eficiência, que seria o agrupar, de alguns destes Municípios?
Por exemplo, Caldas da Rainha e Óbidos, Bombarral e Cadaval, etc.
E nem se venha dizer que o municipalismo é um dado cultural e histórico, que já vem da idade média.
Pois, só que nessa época a “distância” era sempre muito grande!
E hoje tudo acontece no momento!
Já imaginaram o tempo, e não só, que se teria poupado, no caso da resolução dos problemas da Lagoa de Óbidos.
E toda a atividade cultural de Caldas e Óbidos fundidos num interesse comum.
A dimensão de escala que se ganhava…
E porque não um “Festival de Jazz”, alargado à região…
E o Fólio descer à “Praça da Fruta” e ao “Largo do Termal”, por exemplo?
E porque não um grande Festival de Ópera, de verão, que abrangesse todos os municípios da região.
Ganharia escala e dimensão internacional.
Ora, e enquanto acordo deste meu sonho, deixo um desafio ao Oeste CIM.
Para quando um programa integrado para a Região Oeste…
“Step by Step”…
Não esquecer que o tecido cultural está a mudar muito rapidamente.
Voltaremos ao tema…certamente!
Jacinto Gameiro
jacintogameiroadv@gmail.com

































