Italianos dizem “Não ao Nuclear”

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Fumei um Toscanello, e estive, em comemoração espiritual e telefónica, com os meus amigos italianos, numa vitória histórica e o fim da nuclear, agora em Itália.
A energia nuclear é uma tecnologia não controlada, nem sequer dominado pela humanidade.

Hoje em que as notícias, embora longe das 1ªs páginas, que nos chegam do Japão dão conta que a situação resultante do acidente de Fukushima (que também hoje sabemos não teve nada que ver com o tsunami, mas resultou logo do terramoto) são gravissímas, e põe em risco toda a vida nos mares da zona:
www.elpais.com/articulo/internacional/Tepco/detecta/niveles/peligrosos/estroncio/mar/elpepuint/20110613elpepuint_3/Tes
Sabíamos antes que os resíduos continuavam a não ter solução.
Ou seja é uma tecnologia com um altíssimo risco e sem ter dominado o seu ciclo de vida.
Desde que a nuclear, e há que não esquecer, nunca esquecer, a sua base de desenvolvimento, surgiu a fissão do átomo para a bomba, que esta tecnologia tem um rasto de destruição e morte associado.
De Hiroxima e Nagazaqui, às ilhas do Pacífico, das fugas, em Kistin e noutros centros desta tecnologia no ”paraíso” soviético, passando por Three Mile Island, Goiana, as muitas minas em funcionamento ou abandonadas, Chernobyl e o estertor do regime de terror  mencionado, ás fugas constantes e aos riscos múltiplos em que todas as centrais nos fazem viver em permanência, o caminho desta tecnologia que nunca devia ter saído dos laboratórios e da investigação assola a humanidade.
Fukushima é outro marco incontornável que como referi logo no seu inicio, não tem fim à vista e pode ser um ponto de ruptura significativo no desenvolvimento da vida, da nossa vida.
A produção de electricidade que gera, e desde logo há que referir que a nuclear só produz electricidade que é cerca de 15% do consumo de energia que usamos, é facilmente substituível por eficiência energética, conservação de energia e alteração das estruturas de rede articuladas com novas energias e mudanças de lógicas de produção, necessárias para contrariar também as alterações climáticas.
Hoje, enquanto o fumo deste Toscanello me transporta a Itália e ao convívio com tantos amigos que por lá deixei e por lá continuam a lutar por uma gestão de energia, livre do domínio do Estado (e a nuclear é a energia que deste mais necessita e que o torna refém das suas opções, a diversos níveis) e que permita sustenbilidade económica e bem estar social.
O povo italiano deu uma resposta massiva aos promotores de uma tecnologia insensata, aos defensores de um Estado dominado por grupos proteccionistas que procuram a sua asa e evitou riscos e a espada de Armagedão, que pela mão de políticos desprestigiados, ao arrepio da vontade popular (e tudo foi feito para evitar o referendo e lhe anular a validade!) lhe procuravam impor.
Viva Itália, viva Verdi!

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António Eloy

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