Hospital do Oeste. Carta Aberta ao Grupo de Trabalho para Análise da Localização

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José Marques Serralheiro
Provedor do Utente do CHO

Em junho de 2001 inventei a solução do Hospital Oeste Norte. 3 em 1. Ou seja. Em vez dos Hospitais: Caldas da Rainha, Alcobaça e Peniche. Em 28 de agosto de 2008 foi aprovado por uma Resolução do Conselho de Ministros. A sua edificação não fez caminho porque os autarcas de Caldas da Rainha e Alcobaça, não o localizaram.
Uma comissão técnica nomeada pelo Governo, em 2008, para o estudo dos 9 terrenos indicados: 8, por Caldas da Rainha e 1, por Alcobaça, todos foram julgados não aptos, por não cumprirem os requisitos técnicos, exigíveis para a instalações de um edifico hospitalar.
Estas normas técnicas foram publicadas, em 2003, pela Direção-Geral das Construções Hospitalares. O perfil que apresentei para servir 250.000 habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Alcobaça, Peniche, Óbidos, Bombarral, Cadaval e parte do concelho de Rio Maior. O objetivo era ter uma unidade hospitalar, humana, moderna, ajustada para 250 camas a 25 minutos de 250.000 habitantes. Esta é a base teórica e o estado da arte de hospitais de proximidade tanto em 2001 como em 2023.
Entre 2020/22 apresentei, publiquei e enviei para o Ministério da Saúde, Nova Business School, Escola Nacional de Saúde, Autarcas de Caldas da Rainha e de Torres Vedras, a minha proposta dos “Twin Hospitals”: Caldas da Rainha e Torres Vedras. Que defendemos.
Considerando o melhor estado da arte e os requisitos consignados pela Ex-Direção-Geral das Instalações e Equipamento de Saúde, não há lugar à escolha de um terreno, mas de dois terrenos: Hospital Oeste Norte, em Caldas e Hospital Oeste Sul, em Torres Vedras.
Esta parece-nos ser a que melhor serve e satisfaz as populações da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), todos os concelhos abrangidos neste projeto e os cerca de 2.000 profissionais das atuais Unidades Hospitalares.
As duas soluções enunciadas deveriam ser sujeitas a um estudo do impacto ambiental comparado, de forma a ficar explicito qual é tem a menor pegada ecológica. Penso que o Ministério do Ambiente deverá afirma-se nesta decisão. Sim, sabemos que o investimento é superior em cerca de 30%, (estes hospitais serão instalados num modelo de complementaridade). Mas que será recuperado nos primeiros 3 anos de Atividade operacional.
Calculamos que os encargos de deslocação acrescidos (doentes, visitantes e profissionais) serão de cerca de 12 milhões de euros/ano.
Poupança de milhares de euros com a deslocação, desgaste e milhares de horas, em viaturas dos bombeiros e nas horas de espera.
A solução Hospital do Oeste é um erro estratégico que prejudica as populações, os doentes, os profissionais e os municípios, aos quais compete defenderem os seus fregueses, conforme compromisso eleitoral passado e recente, 2021.
Após 22 anos como mentor do Hospital Oeste Norte, tenho muita dificuldade em compreender esta visão, não compreensiva e não sistémica. E ainda, comprometedora da construção, de mais qualidade de vida e acessibilidade hospitalar e o futuro sanitário do Oeste.
A solução que estamos a defender: Hospital Oeste Norte e Hospital Oeste Sul, merece uma análise profunda e também uma discussão de contraditório.
Este desafio que Vos deixo. ■

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