Que futuro para as Caldas? Que candidaturas para as Caldas?

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“Sejam quais forem os resultados (…), o importante é que no final cada um possa dizer: ‘fiz o que pude’.”
Louis Pasteur

A ciência deve a Louis Pasteur a fundação da microbiologia, que viria a aprofundar o estudo do domínio bacteriológico. E, hoje em dia, as bactérias do Hospital Termal podem ter traçado o início de um novo paradigma para o termalismo nas Caldas da Rainha. Agora, não chega resolver o problema do Hospital Termal (caso seja possível nele intervir), mas essencialmente desenhar o futuro à luz desta mudança e, consequentemente, de uma visão ambiciosa e um adequado modelo de gestão. E para tal são necessários contributos positivos de todos e indispensável a participação activa de quem tem feito desta actividade o seu campo de estudo ou exercício profissional.

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O debate que, em boa-hora, a cidadania caldense organizou no passado dia 10 do corrente confirmou potencialidades, mas também preconceitos, sendo que foi revelador o estado de alguma falta de informação por parte de responsáveis. O esclarecimento não foi plenamente conseguido, pelo próprio decurso do debate, que não atingiu todos os temas previstos, designadamente, “que cidade termal?”, no qual se poderia discorrer mais facilmente sobre o futuro. Dos putativos candidatos à câmara municipal, de uns não se vislumbrou presença, de outros um ténue ou ausente contributo, factos que justificam as palavras finais deste artigo.
Caldas da Rainha tem condições naturais e físicas na área do termalismo clássico para associar uma oferta competitiva de programas de saúde e bem-estar e de produtos turísticos compósitos, numa desejável inserção urbana e regional e potenciando provavelmente fluxos de pessoas às escalas nacional e internacional. Basta que, para tal, se estruture um projeto integrado, de saúde e turismo, que deve proporcionar uma oferta com diversos factores de diferenciação e elevada qualidade, para o qual as entidades e os cidadãos locais têm um papel importante no consenso necessário para a prossecução dos objectivos, mas devem estar abertos a quem, caldenses ou não, já trilharam mauitos caminhos do conhecimento sobre a matéria.
O futuro do termalismo nas Caldas da Rainha passa por uma visão alargada à cidade e região, na sua primeira escala de influência. E, quando se pede para as Caldas: mais Saúde, mais Ambiente, mais Praça da Fruta, mais Cultura Urbana, mais Emprego, mas também mais Democracia e mais Autarquia, o que terão estes eixos a ver com termalismo? Creio que tudo, já que Caldas precisa de um impulso económico e cultural, através daquilo que distingue a cidade, irradiando para outros sectores, numa visão sistémica do território.
Na minha opinião, são estas as linhas gerais que fazem falta à cidade e ao concelho. Aquele debate em que participei como convidado da organização permite-me (re)pensar: urge uma candidatura que faça deste tema o eixo central do seu programa. Esclarecidamente! Uma candidatura consistente e não imponderada, para que no final se possa dizer, como Pasteur, “fiz o que pude”!

Jorge Mangorrinha

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