Depois do que li na última edição da Gazeta das Caldas relativamente ao nome do novo agrupamento de escolas que junta escolas de Santa Catarina e Caldas da Rainha, não posso deixar de expressar a minha grande desilusão perante o que parece ser a opinião generalizada dos caldenses.
Numa atitude de “orgulhosamente sós” defendem com unhas e dentes o que à terra Caldas da Rainha pertence e esquecem-se que Santa Catarina é só uma das maiores freguesias desse concelho. Geografia à parte, lamento saber que haja pessoas (que eu, pessoalmente, tinha em tão grande consideração) que não sabem sequer quem foi Santa Catarina; é um dado que faz parte da história não só mundial, mas inclusivamente do concelho, uma vez que, por acaso, uma das suas freguesias tem este nome. Não interessará este dado a quem, por ventura, se dedica tanto à cultura e historiografia da região?
Passando à frente. Já alguém se lembrou de perguntar aos catarinenses se eles estavam interessados em que a escola da sua freguesia, sita nos confins do concelho, se agrupasse uma escola que pelas suas características humanas e geográficas pouco ou nada tem a ver com escolas das Caldas? No entanto, não é isso que importa. O governo assim ordena e quem pode manda.
Os catarinenses estão, naturalmente, cientes da importância que Bordalo Pinheiro representa para as Caldas da Rainha e conhecem, obviamente, o seu trabalho e a grandeza da sua obra. Agora, também, sabem que não se pode ficar à sombra de um nome e parecer que o mundo acaba só porque o Agrupamento não ficou com o seu nome; à escola ninguém tira esse nome. Uma sugestão: porque não arranjar um nome imparcial para o agrupamento? Cada escola fica com o seu nome, só o Agrupamento terá nova designação. Outra sugestão: preocupem-se com coisas realmente importantes tais como a difícil organização e gestão deste novo Agrupamento em vez de ocuparem o vosso tempo com questões que em nada ajudam à vida de quem tem de lidar com esta nova estrutura organizacional.
Sabem o que vos digo? É pena que só se lembrem das terras pequenas no momento das eleições; nessa altura são todos importantes e os problemas têm todos uma resolução rápida e eficaz. Fora isso são esquecidos e abafa-se a identidade de cada uma das freguesias que compõem o concelho e que o faz crescer. Não fora a despesa dos contribuintes e o melhor é que houvesse eleições todos os anos.
Helena Justino
































