José Luiz de Almeida Silva
Acompanhando o evoluir da história do turismo em Óbidos há mais de meio século, recordando ainda os tempos em que a vila história tinha quase apenas um bar histórico ou com muitas histórias – Bar Ibn Errik Rex – verificamos hoje as muitas transformações ocorridas.
Óbidos terá aproveitado em cheio, apesar de dúvidas colocadas por alguns locais, o boom turístico do país, passando a ser um pilar central dessa nova procura global, ultrapassando e isolando-se na região como a atração central de nacionais e estrangeiros. Só muito recentemente, com a onda gigante, Nazaré conseguiu ser uma surpresa inquestionável e que, apesar da diferença, já é hoje também é uma atração mundial.
Outros municípios, com maior ou menor potencial, ficaram aquém destes dois fenómenos, alguns por culpa própria, outros por incapacidade de recursos, mostrando como, em poucas décadas, é possível mudar a paisagem cultural e económica duma região.
Vai decorrer nos próximos dias em Óbidos o FOLIO, mostrando que do nada é possível construir uma visão e um produto, que se afirma no país e internacionalmente, juntando em apenas menos de duas semanas, a elite cultural com repercussão inesperada. A tudo isto também não foi indiferente o reconhecimento pela UNESCO de Óbidos como Cidade Criativa da Literatura
A Vila Rainha conseguiu aproveitar uma oportunidade que se lhe abriu, com a iniciativa de José Pinho, o livreiro sonhador, que infelizmente desapareceu no ano passado, mas que deixou raízes, e que continua a afirmar a sua valia e futuro no LIVRO que teima em subsistir como valor imaterial e eterno. Gazeta das Caldas associa-se ao FOLIO comemorando os seus 99 anos de Memória e de memórias, muitas de Óbidos e também em Óbidos. Esperamos que a iniciativa perdure por muitos mais anos. ■

































