
professora
O sucesso dos alunos constituirá sempre uma prioridade da Escola.
Mas esse objetivo tem tonalidades diversas: por um lado, a Escola deve apostar na qualidade científica do ensino, procurando a excelência, proporcionando a todos os seus alunos a oportunidade de realizarem os seus sonhos e legítimas aspirações, nomeadamente no que respeita ao acesso aos cursos e profissões que desejam; por outro lado, e é esse o seu maior desafio, à Escola Pública incumbe a missão de não deixar ninguém para trás, de evitar o abandono e a exclusão.
Refiro-me à educação inclusiva, que visa responder à diversidade de necessidades dos alunos, através do aumento da participação de todos na aprendizagem e na vida da comunidade escolar.
Dirão alguns que se trata de um conceito de “eduquês”. Outros chamar-lhe-ão “facilitismo”. A melhor forma de evitar um debate sério é a rotulagem precipitada e injusta.
Quando falham a família, o bairro e a comunidade, a Escola Pública não pode falhar, permitindo o abandono escolar, perdendo alunos, deixando-os à sua sorte, sem a escolaridade mínima, sem a possibilidade de uma futura integração social construtiva, sem o acesso a uma plena cidadania.
Apesar de Portugal nas últimas décadas ter conseguido ultrapassar os desafios do alargamento da escolaridade obrigatória, reduzindo significativamente o abandono e insucesso escolar, o contexto socioeconómico permanece determinante no sucesso escolar, verificando-se predominantemente em determinados contextos sociais e familiares, o desinteresse, a indisciplina e o abandono, o que obriga a Escola pública a procurar respostas para além das metodologias pedagógicas tradicionais.
Uma das respostas passa pela flexibilidade na gestão curricular, adotando soluções adequadas aos contextos e às necessidades específicas dos alunos, equacionando o currículo como um instrumento que a Escola pode gerir e desenvolver de modo que todos os alunos alcancem as competências previstas no “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”, conforme prevê o Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho.
A sociedade enfrenta atualmente novos desafios, decorrentes de uma globalização e desenvolvimento tecnológico em aceleração, tendo a escola de preparar os alunos, que serão jovens e adultos em 2030, para empregos ainda não criados, para tecnologias ainda não inventadas, para a resolução de problemas que ainda se desconhecem.
A Escola Pública passou a ter autonomia e flexibilidade curricular que lhe permite gerir até 25 % do total da carga horária semanal.
Vários caminhos se deparam à Escola na definição de estratégias de desenvolvimento de competências adequadas aos desafios do futuro, com vista à formação de cidadãos com saberes diversificados, aptos a estimular aqueles que, por desinteresse, caem no insucesso e no abandono.
Concretizando através de um exemplo, foi adotado no Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, com sucesso, entre professores, pais e alunos, o Projeto Fazer + e projeto Pens’Ar-te, que se realizam em aprendizagens fora da sala de aula, ou mesmo do espaço da Escola, nas disciplinas de Matemática, Português e Cidadania (entre outras), que permitem aos alunos a obtenção de conhecimentos, testados na prática, adquiridos definitivamente porque, ao invés da memorização em abstrato dos temas e conceitos, visa a aprendizagem em concreto, com experiências motivadoras. ■
































