Festival da Lagoa e do Mar

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notícias das caldas

Festival da LagoaNo dia 5 de junho estive com a minha família no “Festival do Marisco” na Foz do Arelho, já na sua sexta edição e mais uma vez organizado pelo Centro Social e Recreativo.

Primeiro que tudo, há que louvar e sublinhar a importância desta iniciativa local persistentemente renovada e o seu relevante papel na valorização dos produtos da Lagoa e do Mar.  A iniciativa desta colectividade extravasa em muito o seu âmbito local e deverá ter, no meu entender, o necessário e desejável enquadramento municipal e regional. Por esse motivo, penso que é útil reflectir nesta curta crónica sobre as condições que assegurem o melhor futuro para esta louvável iniciativa.
Na verdade, nesta sexta edição do “Festival do Marisco” houve muita coisa que não correu bem.  Para além dos 11 casos de intoxicação alimentar já referidos pela comunicação social, posso referir alguns aspectos da experiência pessoal que vivenciei na tarde do dia 5 de junho: a) estivemos mais de 90 minutos numa longa fila de pessoas antes de podermos começar a comer; b) à nossa frente estavam famílias que tinham vindo expressamente de Leiria, Batalha e Porto de Mós, atraídos pela excelência dos produtos da Lagoa e do Mar, tão frustrados como nós pelo demasiado longo tempo de espera; c) o espaço do salão não oferecia as melhores condições de ventilação e conforto para tanta gente; d) muitas pessoas diziam que não iriam voltar com estas condições. Por tudo isto, parece-me que é altura de todos os caldenses reflectirem sobre o que deverá ser feito para o próximo ano, de forma a construir uma oferta de qualidade que dê resposta ao crescimento exponencial de tanta procura, assegurando o futuro de tão relevante iniciativa para as Caldas da Rainha.
Passada uma semana, estive num outro evento semelhante organizado pelo Centro Social e Recreativo do Nadadouro. Ora, no meu entender, não faz sentido esta duplicação de esforços de pequena escala. O que faz sentido, a meu ver, é um projecto comum que promova a Lagoa e o Mar como um todo, uno e indivisível. Entre Lisboa e Porto, as Caldas da Rainha destacam-se como uma das maiores cidades costeiras, adjacente à maior Lagoa de Portugal e nascida das águas. É também relevante referir que as Caldas da Rainha não tem nenhum outro evento gastronómico com potencial para atrair pessoas à escala regional e nacional como um “Festival da Lagoa e do Mar”. O actual “Festival do marisco”, de âmbito local, tem efectivamente um enorme potencial de futura transformação no “Festival da Lagoa e do Mar”, de âmbito regional e nacional. Mas, para que isso aconteça, é necessário que as forças políticas e sociais do nosso concelho unam esforços para tornar este projecto uma realidade nacional. A Câmara das Caldas da Rainha deve ter consciência da necessidade do apoio a todos os níveis na realização deste evento, atribuindo-lhe uma dimensão de investimento e escala que actualmente não tem. Sob pena das iniciativas locais dos Centros Sociais e Recreativos da Foz do Arelho e Nadadouro definharem por falta de apoio e investimento de uma Câmara Municipal desinteressada da promoção deste recurso territorial único e tão fascinante como é o encontro da Lagoa com o Mar atlântico.

Jaime Neto
jaimemr.neto@gmail.com

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