Férias nas Caldas no Verão de 2017

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Desta vez citarei o meu  amigo João Maria Ferreira que me diz sempre que é nas Caldas que o Inverno vem passar o Verão.
Na segunda quinzena de Agosto, o Estio regressou dois fins-de-semana de visita ao Inverno e disse…
Refrescámos os miolos, preparámos uma exposição que viu a luz a 9 de Setembro, fomos à praia nos tais raros dias de Verão.
Dormir na envolvente da Praça da Fruta é complicado, o barulho da montagem das bancas de ferro não deixa ninguém descansar, nem de madrugada quando a manobra começa.
Morar na rua da Liberdade já foi um privilégio, agora é um pesadelo: estacionamento zero, cargas e descargas são a maioria dos lugares e a polícia está atenta às multas… até quando descarrego peças da minha colecção!
Nas ruas da minha infância, calmas e felizes, prolifera agora uma fauna pouco recomendável.
Águas Mornas mas sem Termas… Enfim…
…Descobrimos a Almagreira.
Praia decente, sem engarrafamentos, sem autóctones barulhentos a jogar à bola, sem cães… Só na Almagreira paraíso com arribas coloridas a lembrar os trópicos… na Consolação ou em S. Bernardino.
Óbidos está tão cheia de turistas e esplanadas que nem para uma fotografia, para mais tarde recordar, há espaço visual limpo e autêntico. Até a Várzea da Rainha, que em tempos apelidei de paisagem mais repousante do Mundo – poesia barata -, já não é a mesma coisa.
Mas tivemos nas Caldas a Feira dos Frutos: abaixo das expectativas diz a Gazeta de 1 de Setembro de 2017. Eu diria com um conceito desajustado ao tempo presente.
A zona oficial sem jeito, sem chama: o “Stand” das Caldas nem “vendia” nada do muito que temos para dar… se bem trabalhado.
Em Rio Maior ainda se “vendiam” cebolas que parece que são  maioritariamente de Alvorninha.

Em Óbidos era a eterna ginja. Tudo começou há muitos anos no bar Ibn Errik Rex do saudoso sr. Montez que vendia antiguidades e ginja de Alcobaça!
A fruta, cheia de pó, a preços normais, não atrai compradores, o peso da dita nem com um atabalhoado serviço de estafetas foi minorado para que as vendas pudessem resultar.
Enfim, concertos fracos: Carminho a contar “estórias” bizarras em vez de cantar. Outros… cheios: na noite dos Chutos nem se podia entrar por razões de segurança. Terá sido Sua Excelência o “Maire” que o decidiu.
Enfim era barato, é o povo que paga tudo… mas gosta.
Mas os feirantes, se calhar, não terão gostado da conta de exploração da sua presença na Frutos 2017.
Pensem, senhores, pensem que é de borla! E pagar só os concertos e entrar livremente na zona comercial?
Nas Caldas as fontes não têm água, mas a Rota Bordaliana (?) tem placas de luxo em aço inoxidável a assinalar oito lagartos mini, feitos ontem, perdidos na fachada de um prédio adjacente à Praça do Peixe, que agoniza, imóvel caro, fraco, que alberga serviços inúteis, sem actividade evidente.
Mas o povo não percebe que é tudo “Moldado” para o belprazer, ganho e poder arbitrário de um “lóbi” de cientistas culturais, que ao diálogo diz não, se for para dizer mal, “dixit” quem acha que farmácia ainda se escreve com ph.
E assim tudo se mantém na paz do Senhor.
Os euros escorrem pela calçada. Mais de um milhão até 2020!
E saem catálogos pífios estragando boas fotos de peças excelentes. Chegam às vezes depois das exposições encerrarem… mas é tudo obra de profissionais do design gráfico.
Há brisas de aquisições de peças de gosto duvidoso: rolhas grotescas de “biscuit” da Vista Alegre misturadas com cactos da Bordalo que miram do primeiro balcão a exposição pouco inspirada dos ceramistas caldenses, rente ao solo, mergulhada em pó branco… para admirar… de cócoras na Casa dos Barcos que foi o primeiro poiso do ainda potencial Museu Malhoa.
As eleições estão à porta e há que mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma.
Há promessas quentes de mudança, se um cavaleiro branco (Ajax?) que já foi de quase todos e agora se apresenta pela direita baixa, der um novo CLIC e num passe de mágica o seu esplendor brilhar para todos nós. Não para quem o repescou e, se calhar, vai perder uma voz que até acertava muitas vezes.
Alegrai-vos Caldenses que para o ano eu volto e prometo não dizer mal de nada do que for bem feito aqui no burgo e arredores.

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Jorge F. Ferreira

 

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