Nunca se falou tanto de Cidadania. Mais que Ética e Educação é o conjunto de Direitos e Deveres que cada cidadão tem, previstos na Lei. O resto são ideias que podem vir a ser Lei, mas enquanto não o forem, são boas intenções, e todos sabemos qual o local das boas intenções…
Com tantos maus exemplos na História, como tantos ainda não perceberam que os extremismos não podem ser levados a sério como possibilidade de Governo, Sistema ou Regime? Fascismos, ditaduras ou comunismos, não servem para construir uma sociedade livre e democrática. Nem aqueles que são preparados toda a vida para o serviço público estão aptos, pois caem como os mortais (vide família real britânica e espanhola).
Para uma economia e sociedade saudáveis, falta aos ricos e aos governos perceber que é positivo aumentar os ordenados mais baixos. A circulação de capital é positiva, podendo os pobres e classe média consumir ou aplicar em poupança, satisfazendo necessidades, eliminando-se assim a contestação social.
Há que melhorar a política de contratação, com novos líderes e bons profissionais em todas as áreas, ao invés da mentalidade errada que o 9º ano vale tanto como o licenciado, ou que quem tem idade não presta para trabalhar, apenas como desculpa para ordenados baixos, trazendo ineficácia às empresas (às vezes, falência). Talvez falte à Indústria e quota comercial caldense modernizar, formar e inovar.
A situação da formação profissional em Caldas, como no país, não é a melhor, onde muitos não formam adequadamente. Precisamos de formação adequada ao mercado de trabalho, com bons formadores. Em Caldas da Rainha, a oferta é nula em termos de Gestão ou Economia. Defendo ainda que quadros médios e superiores, públicos e privados, façam formação anual, pois muitos estão desfasados das novas realidades (muitos nem sabem ligar um computador).
Em Caldas, há quem defenda que ter poucas chefias é bom. Se forem competentes, sim. É terrível perceber que nas empresas, públicas e privadas, há regras impeditivas à rotatividade de chefias, dificultando aos melhores serem promovidos. Contratar gente sem capacidade e em part-time nos lugares de chefia (Administradores, Diretores, Gerentes), contribui para o afundanço das empresas, associações e região, assim como para o aumento do desemprego (quantos são administradores em dezenas de empresas?). Limite na acumulação de lugares, traria mais emprego e motivação dos trabalhadores, melhor gestão dos processos e não uma gestão “à distância”, conferindo também notoriedade a quem realmente trabalha.
O aumento do IRS ou a agregação de freguesias não resolvem problemas económicos ou políticos. Todos percebemos que o problema não está no Partido ou Ideologia, mas sim nas pessoas: se são honestas, se defendem os interesses do Estado ou os lobbies, se promovem bons profissionais ou os seus amigos. No fundo, mais que um chefe, precisa-se de líderes. E precisamos de Justiça!
Mexer nas PPP, no BPN, Sócrates e outros, são assuntos que a Lei não permite, perdendo o Estado biliões, mas pode-se violar a Constituição para cortar subsídios aos trabalhadores?
Muitos falam em crescimento económico e poucos em desenvolvimento económico. O crescimento é quantitativo e pode não significar melhorias (10 alunos e 10 computadores, ao passar para 15 computadores são 50% de crescimento económico, mas má gestão). Precisamos de Desenvolvimento, ou seja, gerir melhor os recursos humanos e materiais à disposição, não um frenesim de investimento que se pode traduzir em crescimento económico sem atingir metas de desenvolvimento.
Falta formação para viver o mundo que nos rodeia, pois a formação educacional nas escolas é deficitária. Quem sai da escola tem falta de maturidade social.
Defendo a politização das escolas (não a partidarização), pois só assim se construiria uma sociedade culta, que traria melhor gestão da Polis. Como advogamos Cidadania pro-activa se esta não é ensinada? Ser Cidadão do Mundo é muito mais que marchar em manifestações. É preciso saber de Economia, Politica, Sociologia, Psicologia, História, Filosofia e Direito para se ser Cidadão de plenas capacidades. A “escola da Vida” traz o resto.
Portugal vive à direita e pensa à esquerda. Todos querem consumir, mesmo que não tenham capacidade. Todos querem ser ricos, mas não partilhar a sua riqueza. Todos querem respeito pela sua privacidade, mas concordam com o controlo social.
O Capitalismo adormece-nos e desvirtua os nossos ideais, sendo imperativo repensá-lo.
Jorge Santos
Eu, social-democrata, confesso…
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