Espaço Saúde – Férias com o sol

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Chegados quase ao Verão, e depois de um Inverno rigoroso, apetece apanhar sol. Mas, esse velho amigo, ao qual devemos a energia que nos faz viver, parece ter-se tornado afinal num “amigo-da-onça”. Ou será que ele, coitado, se mantém como sempre foi – uma gigantesca “pilha nuclear” -, e nós, terrestres é que à força de tanta tecnologia e de tanto consumo mudámos as coisas de um maneira que começa a escapar ao nosso controlo?

Nunca como hoje se deu tanta importância ao Sol. Os médicos alertaram e os cientistas confirmaram: o número de cancros da pele estava a aumentar de forma inesperada, bem como as queimaduras da retina, nas crianças e adolescentes expostos à radiação solar. Mas, salvo raras excepções, as crianças precisam de praia – basta ver como andam menos “ranhosas”, comem melhor, correm e andam bem-dispostas.
Vejamos então como nos podemos dar bem com o sol:
· fugir das horas de maior calor, de luminosidade ou de vento. Claro que isto depende muito da praia: em algumas zonas do País,  especialmente na nossa Região Oeste, as horas da manhã (chamadas “horas das crianças”), são muitas vezes horas de nevoeiro e de frio, enquanto à tarde, também em “hora de crianças”, levanta-se uma nortada desagradável); no Alentejo e Algarve será diferente. Deve assim ver-se como está cada dia e delinear uma “estratégia de praia” de acordo com o tempo atmosférico;
·colocar sempre um creme de elevada protecção, em todo o corpo da criança – se for superior a 40, tanto melhor -, e colocar periodicamente porque facilmente desaparece, com as brincadeiras e os banhos;
·oferecer água (ou outros líquidos, mas de preferência que não sejam muito açucarados porque fazem mais sede), não esquecendo o ambiente abafado que fica dentro dos automóveis;
· não complicar as refeições. A comida levada de casa pode estragar-se ao calor, e há que ver que as crianças, na praia, não ligam muito à comida e contentam-se com qualquer coisa – decerto na praia vigiada para onde vão haverá um café um um restaurante onde poderão encontrar algo para dar ao vosso filho – iogurte, sopa de legumes, etc;
· vestir a criança de acordo com a temperatura. Se estiver calor e não houver vento, podem despir o bebé;
·se o bebé começar a ficar cansado ou muito vermelho, são horas de ir para casa. Com a praia, algumas crianças ficam mais calmas, outros mais excitadas. Cedo vão descobrir como é que o vosso se comporta;
· chapéu – indispensável, de abas largas;
· óculos de sol – sempre. Desde os 4 meses de idade. Não é uma questão de moda, é uma questão de bom senso e de evitar o efeito cumulativo das radiações solares, para lá do conforto que o vosso filho merece;
· banho de mar – sim mas sem violentar a criança. Se a água estiver muito fria ou o bebé não gostar do banho, não se deve insistir. Depois do banho enxugar logo a criança com uma toalha e não esperar que ela seque ao ar, como nós, adultos;
já agora, perguntem ao médico assistente se há algum problema em a “vossa” criança ir à praia. O que aqui foi dito corresponde a uma regra geral. Há casos, situações, doenças, em que não é muito bom frequentar a praia ou, mesmo indo à praia, há limitações a respeitar. Inteirem-se antes de ir se esse é o caso.
Entre passar o dia estendido ao sol e o nunca pôr os pés na praia, há um meio termo, se não se entrar em “fundamentalismos”, que só servem para fazer ansiedade e estragar momentos que se pretendem de lazer e de descanso.
Último aviso: as queimaduras solares não são um exclusivo da praia – o Sol está em todo o lado e, mesmo no campo, em albufeiras, em piscinas e mesmo na cidade, as radiações ultravioletas estão prontas a “atacar”.
Posto isto: boas férias e fins-de-semana…  e bom bronzeado!

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Mário Cordeiro
Pediatra na ETC Saúde

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