Espaço Saúde

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Cheque dentista

Das muitas conversas que ouvimos sobre dentes e saúde oral, há uma que é recorrente: o preço dos tratamentos!
È que para além dos preços, muitas pessoas queixam-se da falta de apoios dados pelo estado no que respeita à medicina dentária. Na realidade, existem alguns apoios importantes nesta área e que podem ser fundamentais para a saúde oral.
O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral  assegura aos utentes o acesso a tratamentos preventivos e curativos prestados gratuitamente por profissionais especializados, nomeadamente estomatologistas e médicos dentistas nos seus consultórios privados.

A livre escolha é assegurada  ao utente através de uma lista de médicos aderentes, disponível nos Centros de Saúde ou através do microssite da saúde oral (www.dgs.pt).  Os destinatários são as grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), utentes do SNS que beneficiem do Complemento Solidário para Idosos, crianças e jovens dos 3 aos 15 anos e pacientes portadores de HIV/SIDA.
As crianças e os jovens de 7, 10 e 13 anos irão receber os  documentos denominados cheques-dentistas na escola e é importante que os pais confirmem se a escola já os entregou.
Utilizar o cheque-dentista é importante para estas faixas etárias , pois os 7, 10 e 13 anos são idades chaves para o desenvolvimento dentário. Com este documento, mesmo que o seu filho ou filha não tenha queixas, é uma oportunidade, para, sem custos, poder fazer uma consulta de observação. O cheque-dentista não existe apenas para se efetuarem tratamentos, a prevenção não foi esquecida e os selantes de fissura em dentes chaves e saudáveis para diferentes idades bem como os  ensinos de higiene oral são direitos que as crianças têm quando utilizam o cheque-dentista. Em caso de dúvida, leia bem a folha de rosto  do documento.
Também existem cheques-dentistas para as idades dos 3 aos 6 e os denominados cheques intermédios mas esses já não são um “direito”,  estes só serão ativados em caso de haver cáries com sintomatologia e sempre pelo médico de família. Atenção que os cheques intermédios (para as idades dos 8,9, 11 e 12)  só podem ser usados se os utentes utilizaram os que foram entregues na escola.
As grávidas,  as pessoas com mais de 65 anos e complemento solidário e os pacientes portadores de HIV/SIDA terão de consultar o seu médico de família de forma a usufruirem deste serviço.
Tanto quanto sei, este programa não foi criado para intervir em idades chaves e no grupos mais vulneráveis. No entanto, não  existem programas de apoio que tratem todos os problemas e que sejam infalíveis. Mais do que existirem, eles têm de coabitar com a nossa vontade, enquanto pais e cidadãos, de forma a que sejam usados de forma sustentável e não como uma panaceia que pode resolver todos os nossos problemas orais. Acredito que o facto de se apoiar os mais novos é uma estratégia concertada, na realidade, é com o fortalecimento de uma forte cultura de saúde que poderemos, no futuro, melhorar ainda mais a nossa saúde oral.
Abrir a boca, no futuro, terá de ser um gesto de orgulho e não de vergonha…

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Mário Rui Araújo

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