No passado dia 21 de agosto, o vosso Jornal publicou uma peça jornalística, assinada pela Sra. Jornalista Joana Cavaco, com o título: “O investigador da Semana Santa de Óbidos que entrou na Academia aos cinquenta”.
Após leitura do artigo em causa gostaria de corrigir o parágrafo em que se escreveu o seguinte: “Através do acervo da Misericórdia de Óbidos, Luís [Ascenso] conseguiu precisar o ano do início das celebrações: 1603”, corrigindo, deste modo, para o seguinte parágrafo: Através da publicação dos Acórdãos e Eleições da Confraria e Santa Casa da Misericórdia da Vila de Óbidos (Volume II:1601-1627), editada pela Misericórdia Obidense, no ano de 2013, Luís [Ascenso] constatou, após a leitura da obra citada, que: A Santa Casa obidense passa a ser, em 1603, responsável pela realização da Procissão do Senhor dos Passos… (ver INTRODUÇÃO, do livro citado, p. 14).
Ainda na mesma obra, o Sr. Luís Ascenso deve ter lido a seguinte transcrição, nas páginas 26 e 27: [Fl. 229] Auto de como esta Meza tomou a sua conta corer com a obrigação da Procição dos Paços. Anno do Nacimento de Nosso Senhor Jhesu Cristo de mil e seiscentos e três aos vinte e hum dias do mês de Fevereiro sendo prezentes o Provedor e Irmãos em Mesa nela veo (=veio) o Senhor Reverendo Padre Salvador Dias Doctor na Sancta Teologia logo por ele foi dito que por serviço de Nosso Senhor e proveito das almas emtendendo e quãm proveitoso seria e provoaria a devoção o que era queria atentar fazer se nesta Vila [de Óbidos] a Procicão (=Procissão) dos Paços (=Passos) a imitação da que se custuma fazer na Cidade de Lixboa e outras partes principais destes reinos….Continuando, depois, nos Fólios 229 verso e 230, a descrição, a partir da data já indicada, da primeira Procissão do Senhor dos Passos na Vila de Óbidos.
A Misericórdia de Óbidos, que tem, desde 2011, a totalidade da sua documentação devidamente identificada, e, naturalmente, acondicionada, ou armazenada, em estantes/prateleiras, seguindo as regras arquivísticas, hoje existentes (vide a publicação do Guia do Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia da Vila de Óbidos, 1.ª edição de 2011 e 2.ª edição de 2018), teve, sempre, a preocupação, depois de organizado o seu espólio documental, de dar a conhecer à comunidade local e ao universo das misericórdias nacionais o seu acervo, através da publicação, desde 2007 até aos dias de hoje, de diversas obras, de cariz histórico, que retratam a história de mais de 500 anos da Santa Casa obidense.
Ricardo Pereira (Arquivista e Historiador do Arquivo Histórico da Misericórdia da Vila de Óbidos)
































