Lurdes Pequicho
Educadora de Infância
Costuma dizer-se que a educação começa em casa, no seio familiar, no contexto no qual as crianças crescem. Acredito que essa função também se estende cada vez mais às escolas, no sentido em que cada vez mais, as crianças passam mais tempo em contexto escolar.
Como educadora de Infância vejo esta realidade e acredito cada vez mais nesta necessidade, nesta parceria com a família, educar-se em conjunto. Ainda mais neste contexto, em que os grupos de crianças e adultos se mantém praticamente todo o dia.
Desta proximidade constroem-se relações que se esperam construtivas e inspiradores para a formação da personalidade das nossas crianças e neste sentido o autoconhecimento e desenvolvimento da inteligência emocional de quem lá está para elas, é fundamental.
É aqui que entra a formação de auxiliares de ação educativa, de animadores socioculturais, educadores, professores…
Para além dos módulos/disciplinas essenciais a cada curso, é importante também abordar as crenças que vêm da infância e que ditam a forma como se responde a determinado desafio. Sim, porque as crianças colocam-nos à prova constantemente e a resposta que vamos dar, será de acordo com as nossas vivências. É importante estes estudantes conhecerem-se a si mesmos, para perceberem de onde vêm determinadas sensações e emoções, para que quando alguma criança lhes fizer disparar um gatilho, consigam pensar antes de reagir. É importante quebrar os padrões que parecem ser para sempre, mas não tem de ser assim.
Quem trabalha nesta área sabe a dificuldade que temos para gerir a toda a hora desafios, conflitos entre as crianças, entre colegas, connosco mesmos, em situações que temos consciência de que errámos. Por isso, se tivermos suporte emocional, melhor.
Conseguiremos gerir essas situações de melhor forma, e cuidar da nossa saúde mental.
Este passo para a formação de futuros profissionais na área da educação é crucial, para conseguirmos dar respostas mais adequadas às necessidades das nossas crianças e jovens.
Quando se percebe que estamos a evoluir e que estamos a ganhar cada vez mais recursos para exercer a nossa profissão da melhor forma, a motivação e a vontade de continuar sempre a evoluir, aumentam e transformam-nos em profissionais mais completos e mais disponíveis para ajudar as crianças neste caminho. E num momento em que se fala cada vez mais de saúde mental e que professores e auxiliares estão a entrar em burnout, não seria urgente dar importância a isto?
Com Amor!

































