Em memória de Hermínio Martins de Oliveira

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Gazeta das Caldas

Permito-me seguir o exemplo de amigos de Hermínio Martins de Oliveira que sentiram o dever de manifestar publicamente a sua profunda mágoa pela morte de um Cidadão cuja memória merece ser justamente enaltecida.
No decurso da sua vida Hermínio de Oliveira não se limitou a desvendar os segredos dos seus ofícios que exerceu com grande mestria. Desenvolveu também profundos conhecimentos em outros ramos da arte, a de escrever e comunicar, a de formar e informar, que evidenciavam a condição de um homem que interiorizou a sua cultura com a modéstia e o senso que sempre distinguem aqueles que são os mais competentes.

Na diversidade dos seus interesses intelectuais tiveram lugar os referentes ao exercício da cidadania. Hermínio de Oliveira pugnou sempre pela posse dos direitos políticos e cívicos que conferem ao cidadão a plenitude da sua condição de Homem livre. Foi esta convicção que inspirou o seu perfil de político que, no momento azado e coerentemente, fez a sua opção partidária. Do seu notável percurso político-partidário, não fez uma carreira mas uma missão que se iniciou, em representação partidária, logo após a Revolução de Abril, como membro da Comissão Administrativa da Câmara Municipal das Caldas da Rainha em representação do Partido Socialista, integrando posteriormente a Assembleia Municipal em sucessivos mandatos.
A sua eleição para o elevado desempenho de deputado à Assembleia da República representou o reconhecimento do mérito, culminando assim uma actividade política onde comprovou sempre, no exercício das responsabilidades assumidas, a sua integridade, a sua perseverança e o seu espírito de serviço.
Nascido nas Caldas da Rainha, Hermínio de Oliveira foi um Cidadão de referência que muito honrou a nossa comunidade. As suas actividades cívicas comprovaram uma franca disponibilidade para empreender ou participar em iniciativas que contribuíram para a divulgação e preservação do nosso património. Dos seus registos guardou a memória dos bens materiais e imateriais que configuravam a evolução da paisagem urbana e os cenários tradicionais, usos e costumes que preenchiam o quotidiano, reservando-lhes as preciosas “Crónicas do Meu Pequeno Mundo” que foram em boa hora publicadas, constituindo um repositório de natureza histórico-cultural de grande relevância.
O meu convívio com Hermínio de Oliveira remonta às décadas de 70 e 80, na época em que integrámos a representatividade do Partido Socialista na Assembleia Municipal. Desde então a nossa amizade consolidou-se, razão deste meu breve mas sentido testemunho que tem por intenção partilhar do reconhecimento de que o Cidadão Hermínio de Oliveira cumpriu toda a sua vida de forma exemplar, justificando amplamente o tributo que lhe é prestado após a sua morte, confirmação saudosa de admiração pelos valores intelectuais, éticos e sociais que definiram o seu bom carácter.
Apresento os mais sentidos pêsames a toda a Família.

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Mário Gualdino Gonçalves

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