José Luiz de Almeida Silva
Um dos mais típicos e recônditos bairros caldenses – o Bairro João de Deus – está em progressiva recuperação por privados, havendo já neste momento alguns bons exemplos desse trabalho. Contudo, permanecem ou agravam-se problemas relacionados com a qualidade de vida dos habitantes, uma vez mais que, apesar de terem estacionamentos próximos (que não são suficientes), vive-se um certo caos que retira qualidade de vida. A degradação dos edifícios públicos históricos ali existentes também é notável. Nesta edição retratamos um desses problemas, mas não se entende como a situação não tem um rumo definido, face a estarmos num dos locais fundadores da urbe caldense. Ainda mais, foi ali que nasceu um dos intelectuais portugueses mais proeminentes da 1ª metade do século XX – Raul Proença – que a Gazeta das Caldas já homenageou em dois momentos, especialmente no seu centenário, juntando cá as primeiras figuras do Estado Português e importantes nomes da cultura.
A propósito, não poderia a autarquia intervir junto dos proprietários desse edifício, pelo menos para recuperar a fachada e, eventualmente, acrescentar um graffitie de qualidade, homenageando o escritor, aliás como tem sido feito em tantas cidades por esse mundo? Ainda agora no Bairro de Alvalade em Lisboa homenagearam assim Simone de Oliveira e Paulo de Carvalho.
Provavelmente se a cidade fosse proativa, acrescentaria ainda uma outra iniciativa para homenagear outro escritor quer ali viveu – Luís Pacheco – e que é também uma figura marcante, apesar de controversa, da segunda metade do século passado. Mas são também com essas marcas que as cidades se afirmam. ■

































