José Luiz Almeida e Silva
Esta semana estará em Portugal, nas Jornadas Mundiais da Juventude, o Papa Francisco que virá com um discurso novo e mobilizador para todos os jovens independentemente da religião que professam, face aos problemas que todos enfrentamos no quotidiano.
Este Papa tem-nos surpreendido e não admira que tenha sido ele, há algumas semanas, numa receção a 200 artistas de todo o mundo na Capela Sistina, que afirmou: “A arte é um antídoto contra a mentalidade do cálculo e da uniformidade; é um desafio ao nosso imaginário, ao nosso modo de ver e de entender as coisas. E, nesse sentido, o próprio Evangelho é um desafio artístico, com uma carga “revolucionária” que vocês são chamados a expressar graças à vossa genialidade, com uma palavra que protesta, chama, grita.”
E acrescentou: “vocês também são a voz das inquietações humanas. Muitas vezes, as inquietações estão sepultadas no fundo do coração. Vocês sabem muito bem que a inspiração artística não é apenas reconfortante, mas também inquietante, porque apresenta tanto as realidades belas da vida quanto as trágicas. A arte é o terreno fértil onde se expressam as “oposições polares” da realidade, que requerem sempre uma linguagem criativa e não rígida, capaz de veicular mensagens e visões poderosas.”
Um discurso oportuno para responder aos que falam das alegadas “agendas subversivas, campanhas de “cancelamento” e reescritas da História, que colocam em causa a matriz identitária dos Povos, a preservação da memória assume uma importância crucial”. O Papa Francisco é bem mais sensato face a estes defensores da moral religiosa, para enfrentar os muitos fantasmas que há por aí. ■

































