A gestão da causa pública está, vezes demais, associada a decisões que prejudicam o interesse de todos em detrimento do interesse de alguns, tendo como consequência o descrédito dos decisores e do próprio sistema político.
Além disso, como se costuma dizer, gerir o dinheiro dos outros é sempre mais fácil, pelo que, por vezes, vezes demais, há quem desempenhe funções públicas e ultrapasse os limites. Em nome da vaidade pessoal ou por meros caprichos, tomam-se decisões que acabam por desrespeitar os eleitores, porque não têm em conta as verdadeiras prioridades das populações.
Mas há, também, e cada vez mais, quem consiga fornecer exemplos no sentido contrário, ou seja, tomando decisões que, numa leitura superficial, podem ser impopulares, mas que se vêm a revelar acertadas. Ainda que sejam alvo da crítica rápida, particularmente fácil de acontecer nesta época de redes sociais em que vale tudo, vezes demais.
Vem isto a propósito do Mercado Medieval de Óbidos, que no primeiro fim de semana atraiu muitos milhares de visitantes à vila, mesmo depois das muitas críticas formuladas ao preço dos ingressos no recinto, que, na leitura de alguns, levaria ao descalabro do evento.
Acontece, porém, que a opção se veio a revelar acertada: os obidenses continuam a ter acesso gratuito e quem vem de fora paga o que tem de pagar para entrar. Simples.
A verdade é que o que alguns pensam ser caro pode sair barato e o que para muitos é barato pode revelar-se caro, pois há uma perspetiva que é preciso ter em conta, seja no setor privado ou no público: quem faz o preço é o consumidor. ■
Editorial: O caro pode sair barato
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