José Luiz de Almeida Silva
O tema do novo Hospital “Distrital” (Regional) do Oeste mostra a fraca “resiliência” existente na região, que, como defendemos em artigo de opinião publicado noutro local do jornal, se tornou num problema de difícil solução.
Caldas da Rainha, que podia invocar a sua tradição secular no tratamento hospitalar, perdeu ao longo dos anos protagonismo na área da saúde, como noutras áreas, tais como na judiciária, educativa, económica, salvando-se por milagre a área cultural e mesmo turística (esta devido à proximidade com Óbidos, apesar de sinergia pouco relevante).
No meio século passado as ligações e sinergias regionais perderam-se ou diminuíram significativamente, e nos trinta anos anteriores à queda da Ditadura houve mesmo uma intencionalidade nessa desvalorização, como recente investigação, a que demos notícia, revelou.
É evidente que alterar esta situação é quase impossível, mas pior ainda tem sido os aparentes comportamentos de “espírito de seita”, que dominam as quase insignificantes elites locais, quando se impunha um comportamento de corpo afirmativo e inteligente das forças dirigentes locais. O que parece é que todas as decisões que são tomadas de parte a parte, visam conseguir ganhos a prazo e utilizar derrotas para cobrar mais tarde, nos momentos eleitorais que se avizinham. O custo destas estratégias paga-se caro. Irreversivelmente.
A questão hospitalar, como aconteceu há uma década com a judiciária, que nem mereceu qualquer crítica ou luta mediática, vai provavelmente ser a prova de fogo do concelho e do de Óbidos, e permitirá medir o real peso específico das lideranças locais no contexto nacional. Gazeta das Caldas abre as suas colunas a contributos dos leitores a inserir nas próximas edições. ■

































