Editorial: 2050. Tão longe e tão perto…

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José Luiz de Almeida Silva

O governo apresentou o novo Plano Ferroviário Nacional de Médio e Longo prazos (2050?), com o objetivo de uma vez mais apresentar objetivo, concretizando planos anteriores já conhecidos e alguns em curso (com bastante atraso). Para além da tão propalada Alta Velocidade que se aponta estratégica para 2030, acentua-se um objetivo de interoperabilidade entre linhas, aludindo certamente por alguma má consciência a mesma relação entre meios, que podem igualmente servir-se do sistema de transportes coletivos rodoviários para as curtas e médias distâncias em zonas de baixa densidade.
No subsistema que mais nos interessa – a Linha do Oeste – cujo fim quase esteve anunciado, coloca-se a possibilidade de se tornar num itinerário alternativo à linha do Norte e da Beira Baixa, na sua cadenciação com um comboio por hora do serviço de passageiros inicialmente de Lisboa até Caldas e depois até Leiria. Reconhecendo o congestionamento da linha de Sintra onde a Linha do Oeste desemboca para chegar a Lisboa, apresenta-se a possibilidade de fazer a ligação entre Malveira, Loures e Estação do Oriente e a ligação ao sul através das vias existentes ou da nova ponte ferroviária a construir entre Lisboa e Barreiro.
Provavelmente habituados aos ritmos habituais, muitas destas propostas e medidas, estarão pensadas num horizonte de 2050, o que mesmo, com pequenos investimentos em comparação com muitos outros apresentados de grande dimensão e para breve, deixará as gentes do Oeste para as calendas. No entanto e com esta janela de oportunidade que se abre, deviam os responsáveis políticos das autarquias do Oeste, agarrarem-se a esta proposta e exigir a sua realização no mais curto espaço de tempo. Provavelmente seria o melhor e maior contributo do Oeste para se poderem atingir na região os objetivos da sustentabilidade ambiental e cumprir a Estratégia para a Mobilidade Inteligente e Sustentável da CE, combatendo os efeitos provocados pelos milhares de automóveis e mesmo centenas de autocarros de transportes de passageiros que demandam a capital diariamente. ■

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