“E se conversássemos?”

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João Silva
Professor

Foi com o tema “e se conversássemos? – hospitalidade e vizinhança em educação” que o Agrupamento de Escolas Raul Proença lançou as suas Jornadas Pedagógicas 2022.
Estranho tema para algo tão complexo como é a educação, mais ainda quando parece desnecessário pedir aos professores que conversem. Afinal, não deveria ser natural conversarmos sobre educação?
Não, não é assim tão natural, pelo que ganha relevo conhecer o que se faz “lá fora”, assim como sentir o que se faz “cá dentro”. Foi este o desafio lançado, em modo de subtil provocação.
Numa sociedade global é fundamental conhecermos o que se faz “fora de portas”, sem nunca desvalorizar o que acontece “intramuros”. Muitas coisas interessantes se passaram nestas jornadas, mas houve algo que nos marcou. Algo que nos fez acreditar no poder transformacional da escola, na sua capacidade de contribuir de forma determinante para realizar os sonhos de cada um dos nossos jovens.
“Sim, somos capazes – Projeto de inovação social para jovens com talentos especiais”.
Com esta simples descrição, que surge na sua página web, se apresenta este projeto que nos foi revelado pelo professor Luís Baião e seus alunos. São alunos do Agrupamento de Escolas de Canelas que possuem talentos especiais e, todos os dias, trabalham para superar as suas limitações (síndrome de autismo, trissomia 21, paralisia cerebral, …). Vieram falar-nos dos seus sonhos, da sua ambição de mostrar que são capazes.
Cantaram, tocaram, representaram, recitaram poesia, contaram-nos as suas histórias e comoveram-nos. Mais, desassossegaram-nos com a convicção de que acreditando tudo se torna possível.
Estes jovens com talentos especiais trouxeram as suas conquistas até nós com um orgulho sem medida. Deixaram-nos com um forte desejo de nos superarmos, que é aquilo que estes alunos fazem todos os dias.
No começo de mais um ano letivo os desafios são inúmeros, basta pensar que no Agrupamento de Escolas Raul Proença temos alunos de 29 nacionalidades, destacando-se o Brasil e a Ucrânia, com respetivamente 233 e 48 alunos. Olhar para estes números como uma oportunidade é o caminho a seguir.
Cá dentro como lá fora, acontecem “milagres” que ao conhecê-los nos levam mais além. A marca que deixaram foi tão forte que não podemos deixar de manifestar o nosso obrigado. Acreditem (alunos, professores, funcionários, famílias, …) que no começo de um ano letivo tudo é possível, haja determinação e capacidade de sonhar.
Votos de um excelente ano letivo!

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