As notícias ultimamente veiculadas nos meios de comunicação social demonstram estarmos perante uma manobra de propaganda por parte de Carlos Sá, Administrador do CHO, ao divulgar números manipulados, com o objectivo de iludir e enganar os Oestinos, incluindo autarcas.
Todos sabemos que, ao contrário do que Carlos Sá referiu e quis fazer crer, os números de 2012 e de 2013, no caso do CHO, são incomparáveis. Isto porque até Setembro de 2012 existia o CHON, e os dois hospitais eram geridos individualmente, abrangendo uma área distinta da que integra o CHO, tendo sido deslocadas as populações servidas por esses hospitais, a sul de Torres Vedras para Loures, e de Alcobaça para Leiria.
Tal corporizou-se numa redução da área de influência do CHO da ordem dos 19,3%, de acordo com a Proposta de Reorganização da Região Oeste/Cuidados Hospitalares. O CHON servia uma população de 362.523 pessoas; o CHO serve 292.500; esta redução de 19,3% de área de influência induziria, a priori, uma diminuição de 19,3% das listas de espera, decorrente dos utentes que mudaram de hospital.
Contudo, a espera apenas baixou 15,7% pelo que, na prática, existiu um aumento líquido de 3,6% nas listas do CHO. Este é um mero exemplo de como Carlos Sá manipula os números, embora não o reconheça. Relativamente aos montantes das dívidas por si apresentados em reunião com os autarcas, publicitados como resultantes da sua boa gestão, Carlos Sá ter-se-á olvidado de explicitar que essas dívidas foram pagas pelo Ministério da Saúde, através da aplicação, pela Tutela, também no CHO, dos valores provenientes das reformas dos bancários.
Carlos Sá, certamente afectado por mais um lapsus memoriae, não referiu que o encerramento do Hospital Termal terá também contribuído para a redução da dívida global do CHO, onde se inclui.
Em relação ao número de doentes operados em 2013, Carlos Sá afirma ter sido superior em 32% ao dos operados em 2012. Contudo, como foi ampla e publicamente divulgado na Comunicação Social, tal jamais poderia corresponder à realidade, em virtude da escassez de recursos materiais e humanos e ainda pela prolongada avaria do sistema de ar condicionado do Bloco Operatório, o que também originou diversas queixas, muitas também tornadas públicas, por parte de diversos utentes.
Como se sentirá hoje o presidente da Câmara das Caldas ao tomar conhecimento de que os números apresentados por Carlos Sá resultaram de manipulação e omissão da verdade? E sabendo que esses números são falsos, continuará satisfeito com os mesmos? O que sentirá Tinta Ferreira sabendo-se iludido e enganado por Carlos Sá, por ele publicamente afrontado e insultado, uma vez que este defende que as suas decisões são inquestionáveis, independentemente do prejuízo que trazem à saúde das populações?
Sejamos claros: a incompetência de gestão de Carlos Sá é manifesta e por demais evidente. Quem, por despeito, desconhecimento ou desinteresse, procede ao despedimento de 30 enfermeiros, para logo depois, e quando as coisas correm mal para os doentes (porque são estes quem sofre com a escassez de enfermeiros suficientes para responderem às situações mais prementes) recorre ao recrutamento de enfermeiros low-cost, através de agências de outsourcing, para suprir a falta dos antes por si “dispensados”?
Notável também é a forma de nomeação de chefes de serviço por parte de Carlos Sá: as chefias de serviço, o(a)s “yes-men” e “yes-women” de Carlos Sá são nomeados não por mérito, qualificação ou experiência; muito menos por excelência de desempenho. O critério de nomeação para estes cargos, único, é “estás comigo, tens emprego; questionas ou fazes perguntas, és substituído”. Finito.
Mas nem tudo são más notícias: Carlos Sá decidiu finalmente fazer formação em Saúde Pública. Congratulemo-nos! Não que tal forçosamente garanta a sua competência futura na área da Gestão da Saúde, mas pelo menos no futuro a benevolência ou benefício da dúvida com que alguns ainda o premeiam, acabam-se.
Apelo a todos os que têm tido razões objectivas para reclamarem da forma como têm sido tratados no CHO que nos ajudem a melhor ilustrar a desgraça para a qual Carlos Sá lançou a Saúde em Caldas, podendo fazê-lo através do email vitordinis@gmail.com ou para o tel. 968077891. Sempre que possível, façam-nos também chegar os documentos de que disponham e que possam constituir prova das situações pelas quais passaram.
Vítor Dinis
NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento deste texto ao presidente do Conselho de Administração do CHO, que nos mandou a seguinte resposta:
“A ignorância e o vento são do maior atrevimento”.
Socorro-me deste ditado popular para responder a um texto do Exmo. Senhor Vítor Dinis, que uma vez mais se permite fazer considerandos sobre o Centro Hospitalar do Oeste (CHO). A “reflexão” hoje publicada não é mais do que uma nova versão de um texto publicado, a 5 de fevereiro, noutro jornal local, mas o estilo mantém-se!
Não será por isso que deixaremos de informar a população caldense sobre a vida do CHO. Com verdade, rigor e, sempre, com boa-educação!
Subjacente a estas reflexões está a ideia de que o CHO “trabalhou” os números da sua atividade para transmitir uma imagem positiva dos resultados obtidos. Tendo em conta que o Exmo. Senhor nunca solicitou dados referentes à atividade do CHO, nem é especialista na matéria, esta sua reflexão não passa disso mesmo: opiniões pessoais, que aliás emite sobre tudo, com uma clara intenção de ofender pessoalmente o Presidente do Conselho de Administração do CHO e a sua gestão.
A verdade que o Exmo. Sr. Vítor Dinis comenta sem conhecer cai logo pela base, ao desconhecer a zona de influência do antigo CHON. Bastava consultar o Census 2011, para saber que a zona de referência do CHON era de 237.436 habitantes e não de 362.523 como refere. Certamente por lapsus memoriae, esqueceu-se que a população de Alenquer, Arruda, Sobral e Torres Vedras nunca pertenceram ao CHON! Isto assumindo que os números do INE não estão manipulados! Logo, e de acordo com a lógica do próprio, a zona de influência do CHO cresceu 23,2% e não decresceu 19,3%, como refere. A partir daí todo o raciocínio que faz cai pela base. Caso óbvio de alguém que fala sobre assuntos de que nada sabe!
Os dados do desempenho do CHO em 2013 dizem naturalmente respeito à atual área de influência: 292.546 pessoas, retirados os concelhos que entretanto passaram para a área de influência de outras unidades de saúde. Apenas se pode comparar o que é comparável, com a seriedade e correção que o assunto exige. Estamos cá para ajudar as pessoas que procuram no CHO a resposta aos seus problemas de saúde e não para permitir que alguém procure ganhar visibilidade à custa da Instituição. Quanto aos restantes assuntos abordados nem sequer os comento, tal é o desconhecimento da realidade.
O Exmo. Sr. Vitor Dinis tem dificuldade em falar dos ganhos em saúde conseguidos para a população no primeiro ano de atividade do CHO. Mas, a verdade é que apesar de um contexto nacional muito difícil que todos conhecem, foi possível reduzir a lista de espera para consultas e a lista de inscritos para cirurgia. Mesmo com problemas pontuais conhecidos, o CHO realizou mais 431 cirurgias em 2013 do que em 2012.
Relembro ainda que os utentes de Caldas passaram a ter disponíveis novas valências: imunoalergologia, oftalmologia e pneumologia. Passaram igualmente a realizar TAC e ecografias no Hospital, permitindo maior conforto e diagnósticos mais rápidos com redução de custos. Também as instalações da consulta de pediatria, oftalmologia, hospital de dia de imunohemoterapia e internamento de ginecologia foram melhoradas. Tudo isto é real e não resulta de nenhuma manipulação. A dívida a fornecedores é finalmente sustentável, coisa que não acontecia no passado. Com o plano de recuperação de dívida pagámos a fornecedores e prestadores de serviços. Não o ter feito é que seria grave! Gerir com eficiência é poupar dinheiro dos contribuintes sem penalizar a prestação de cuidados, garantindo que o mesmo é usado naquela que é a verdadeira missão do CHO: tratar pessoas.
No CHO trabalham todos os dias 1.616 pessoas para melhorar a vida dos utentes e é com orgulho que olhamos para os resultados obtidos. Entendemos com muita dificuldade a razão pela qual alguns teimam em denegrir a imagem de uma Instituição cuja missão é a de tratar pessoas. Ao fazê-lo estão também a denegrir todos os que dão o seu melhor para fazer do CHO uma realidade na resposta aos problemas de saúde das populações. Aproveito para agradecer, uma vez mais, a todos os colaboradores do CHO a dedicação que colocam ao serviço dos utentes e a esses a confiança que depositam no seu Hospital.
“A ignorância e o vento são do maior atrevimento”, diz o ditado. Quanto ao vento, nada posso fazer, Já quanto à ignorância, posso e devo: Após apresentação aos colaboradores, os dados estarão disponíveis para os que queiram conhecê-los, fora do palco mediático. Deixemos a guerra política à porta do Hospital e talvez assim possamos dar a conhecer à população informação verdadeira e transparente. O convite está feito, Exmo. Senhor Vítor Dinis!
Carlos Sá































