O Turismo é uma actividade social e económica cada vez mais relevante para o desenvolvimento de países, regiões, concelhos e cidades. A importância dos concelhos e das cidades que lhes dão nome mede-se também pela sua capacidade de atração de visitantes nacionais e estrangeiros. As pessoas escolhem os seus destinos turísticos em função da capacidade de oferta de experiências novas e enriquecedoras da sua vivência no mundo. Como em tudo na vida, há concelhos e cidades mais atractivos que outros. E há aqueles que caem no esquecimento, porque não inovam nem diversificam as experiências de acolhimento que oferecem. Oferecem sempre o mesmo, ano após ano e, por isso, têm cada vez menos visitantes.
1. Caldas da Rainha apresenta, em 2013, uma mísera taxa de ocupação de dezanove dormidas por cada cem camas disponíveis em estabelecimentos hoteleiros. Trata-se de um número que nos envergonha e que nos deveria mobilizar a todos para a urgente e desejável mudança da política municipal relativamente a tão importante sector de actividade económica e social. Nos últimos vinte e cinco anos, a maioria PSD absolutamente instalada na Câmara e Assembleia Municipal nada tem feito para inverter este estado de coisas. Há uma total ausência de políticas municipais de turismo. Se em 2001 a taxa de ocupação era de 35 dormidas por cada cem camas disponíveis nas Caldas da Rainha, a verdade é que, desde aí, essa taxa tem vindo sempre a descer. Há mais capacidade hoteleira instalada, mas o que não há e não tem havido é capacidade para atrair novos visitantes para as Caldas da Rainha de forma a ter as camas ocupadas. Por outro lado é importante referir que a taxa média nacional é de 41,2 dormidas por cada cem camas disponíveis. Caldas da Rainha, como se pode constatar, está muito, muito abaixo da média nacional (menos de metade do valor). Com todas as consequências negativas que tal facto acarreta para o presente e para o futuro dos caldenses.
2. Outro aspecto que deve merecer a melhor atenção dos caldenses e das forças políticas responsáveis é a proporção de apenas 31 por cento de hóspedes estrangeiros nas Caldas da Rainha, quando a média nacional é de 57 por cento. Caldas da Rainha é, pela sua própria matriz de criação e desenvolvimento histórico, uma cidade e sede de concelho hospitaleira, com vocação cosmopolita. Não é apenas o facto de ter o Hospital Termal mais antigo do mundo, com um Parque e uma Mata à sua volta de grande valor pasiagístico, à escala nacional e europeia. Mas, chegados a 2015, a verdade é esta: a) temos poucos visitantes; b) esses visitantes apenas ocupam dezanove das cem camas disponíveis em estabelecimentos hoteleiros; c) dos poucos que cá dormem, apenas cerca de um terço são estrangeiros.
3. Atendendo ao estado de marasmo a que isto chegou, todos os caldenses devem reflectir sobre a necessidade urgente de mudança das políticas e dos políticos que constituem a maioria absolutamente instalada na Câmara e Assembleia Municipal. Não apenas os caldenses que votam mas também os que não têm votado ao longos destes últimos anos. As Caldas da Rainha e os caldenses merecem mais e melhor!
Jaime Neto
jaimemr.neto@gmail.com
































