DAS CALDAS AO OESTE – Lisboa e o Oeste

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Lisboa_e_o_OesteA sub-região do Oeste, com 363 000 habitantes e 2486 km2 é um território de elevada densidade populacional, acima da média nacional. Tal facto constitui desde logo um factor potencial de desenvolvimento económico e social, apesar do envelhecimento generalizado da população portuguesa. O Oeste é um receptor líquido de população, ao contrário do que se observa noutras regiões e sub-regiões portuguesas, destacando-se apenas o caso isolado da Nazaré, onde se observa uma taxa de crescimento efectivo negativa.

O Oeste é uma região directamente relacionada e dependente da Área Metropolitana de Lisboa, a região mais desenvolvida de Portugal, muito acima da média global nacional. A cidade de Lisboa estrutura à sua volta uma metrópole litoral com uma vocação internacional fortemente atlântica, com potencial económico e científico à escala europeia para se relacionar com a África, a Ásia e as Américas, do Norte e do Sul. O Oeste é uma parte integrante dessa metrópole.
Por todos estes motivos, o Oeste deveria ter uma articulação política muito maior e melhor com a cidade de Lisboa, a todos os níveis da vida económica e social. Veja-se o caso do turismo. O turismo representa hoje cerca de 15% das exportações nacionais e registou um crescimento de 16% em 2016. Nos últimos três anos, a cidade de Lisboa consolidou a sua posição como destino turístico, tendo sido eleita recentemente como a melhor cidade europeia para destino de cruzeiros e melhor porto europeu de cruzeiros pela organização internacional “World Travel Awards”. Lisboa já suplantou o Algarve em número de hóspedes (5,2 milhões na capital, contra 3,7 no Algarve) assim como nas receitas de hotelaria. Lamentavelmente, os turistas que visitam Lisboa raramente visitam o Oeste, visitando preferencialmente a zona de Sintra, Estoril e Cascais.
Um dos factores mais problemáticos que contribui para esta ausência de atrativos de articulação e mobilidade turística é o serviço ferroviário na Linha do Oeste, antiquado e obsoleto. No passado dia 12 de fevereiro de 2016 o actual governo apresentou as acções e a calendarização do Plano de Investimentos Ferroviários 2016-2020, que prevê um investimento de 106,8 milhões de euros na modernização da Linha do Oeste, mas apenas nos 84 quilómetros que ligam Meleças a Caldas da Rainha. A ausência de uma ligação prevista da linha ferroviária do Oeste à estação do Rossio, no centro de Lisboa, é uma grave lacuna, com efeitos muito negativos no desenvolvimento económico e social não só do Oeste, como também do Pinhal Litoral mais a norte. Tal como é fundamental a sua articulação desde o centro de Lisboa até ao Louriçal e Alfarelos, integrando efectivamente a Linha do Oeste na rede ferroviária portuguesa.
As populações do Oeste devem exigir aos seus representantes políticos o maior e melhor empenho na defesa dos valores da coesão territorial e social desta metrópole atlântica, que começa em Lisboa e se estende pelo Oeste até ao Pinhal Litoral:
— Modernização com ligação directa da Linha do Oeste à estação do Rossio no centro de Lisboa;
— Valorização local das estações ferroviárias do Oeste, modernizando os sistemas de informação e articulando este valioso património ferroviário numa rede de informação, conhecimento e divulgação turística alargada.

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