Curva fatal no Casal do Rei…

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Curva fatal

Bastaram vir as primeiras chuvas e rapidamente o piso da denominada curva da “pinheira”, junto ao Arco da Memória no Casal do Rei, Estrada Municipal nº 507, um troço de estrada da responsabilidade da autarquia caldense, para que acidentes, com maior ou menor prejuízo, mesmo para os menos incautos, ali se fossem produzindo em série, quer em situações de carro só e em despiste sem danos, ou simplemente com várias viaturas e danos avultados.

Para quem conhece, ainda se precavê e tenta minimizar os efeitos de uma travagem mais suave e caso o faça por instinto, leva a mesma escorregadela no piso, sem que consiga abster-se de danos colaterais que podem ser provocados, pelo efeito de descontrolo do veículo, na sua falta de aderência ao piso e fique à mercê das forças da física, de estar num piso com inclinação, declive, molhado e constituído de material polido e sem aderência, e ainda coberto de matérias minerais e gordurosas.
Outros, e dada a subida íngreme de cerca de 15 graus, quando circulam no sentido da Benedita, deixam de ter qualquer tracção no veículo e o mesmo não consegue vencer a inclinação da mesma subida, desistindo de o fazer, esquecendo a manhã de compras, no mercado de Santana.
Aquele troço de cerca de 100 metros deveria ser redesenhado e reperfilado e o piso coberto de matéria anti-derrapante e a curva deixar de ser tão fechada, convexa, de declive contrário, pois a força centrífuga arrasta os veículos de quem desce para o lado contrário da via, ficando os mesmos na valeta, ou mesmo encostados na árvore e tudo depende da velocidade de circulação, ou mesmo na sorte de não circular veículos do lado contrário.
O declive da via tem alguma influência na travagem, na medida em que a componente do peso do veículo paralela ao plano da via é uma força presente que favorece ou desfavorece a travagem, conforme o sentido da deslocação em relação ao declive.
Na descida, o peso do veículo é um factor desfavorável à travagem, o que produz um aumento da distância de travagem, produzindo ainda uma sobrecarga nos travões, podendo levar ao seu sobreaquecimento precoce e à consequente perda de eficiência na travagem.
Ainda a somar a tudo isso naquela, tal como milhares de curvas no território nacional, não são desenhadas e construídas, de forma côncava, ou seja neste tipo de acidente, diminuía o risco das viaturas, atravessarem a via de circulação e terminarem a sua aventura automobilística do lado contrário da via de circulação, ou embater nos veículos que circulam no sentido ascendente. (…)
Ainda se questionaram vários condutores no local, que todos os anos é a mesma coisa e ninguém faz nada.
Já estiveram vários entendidos nesta matéria e isto continua assim. Já houve aqui acidentes com feridos graves e não são as campanhas rodoviárias que travam esta armadilha sinistra. A Câmara tem conhecimento disto, mas decerto só reorganizará o eixo viário quando houver aqui mortos e as famílias empurrem isto para os tribunais e seja atribuída culpabilidade e relação directa nos danos.
Mesmo assim, sendo retirada a culpabilidade moral de quem se confronta com acidente desta natureza, nunca deixará de entrar no jogo da culpa, quando se trata de responsabilidade civil com as seguradoras. E a quem atribuir a culpa, mesmo que apenas haja danos próprios, quando a entidade competente, não avalia os riscos emergentes, resultantes da negligência, de quem é responsável, por ter ao serviço dos seus condutores uma via em tão mau estado e mantendo-se impávida na mesma negligência?
Este artigo é apenas um alerta às entidades competentes, que existem soluções que não anulam na totalidade acidentes em catadupa como estes, mas que reduzem significativamente a quantidade de prejuízos, mesmos os humanos.
Em espaço de dez minutos foram captadas pelas objectivas dos telemóveis estas imagens para leitor ver e meditar, do que lhe pode acontecer ao passar naquele local.
Num dos acidentes, esteve presente uma patrulha da GNR, que apenas se limitará a fazer o respectivo auto circunstanciado e que vai ajudar as companhias de seguros envolvidas a estabelecer percentagem de culpa, pois desta feita três veículos foram envolvidos, mas a razão da culpa, decerto vai morrer solteira.

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José Brandão

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