O doente das Caldas da Rainha que foi morrer a Abrantes

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Li e não quis acreditar: em Portugal, país da Comunidade Europeia, em pleno século XXI, ainda acontecem casos como este.
1 – “Quatro horas e 112 km. Foi este o tempo e distância real, que percorreu de ambulância e em estado considerado critico, um homem de 60 anos após ter sido operado no Hospital de Caldas da Rainha. O homem sofreu uma infecção pós-operatória,depois de ter sido submetido a uma cirurgia a um cancro raro em Caldas da Rainha. Segundo notícia do Diário de Notícias, o paciente terá sido recusado por quatro hospitais por falta de camas, pelo que os médicos de Caldas da Rainha, onde não existe serviço de cuidados intensivos, optaram por enviar o doente para Abrantes.
Santa Maria em Lisboa, Loures, Santarém e Leiria, terão recusado o doente com uma complicação clínica grave, obrigando este a ser transportado de ambulância por mais de 100 km. O homem acabou por dar entrada no Hospital de Abrantes cerca de quarto horas após a primeira operação. Ficou internado semana e meia e submetido a mais duas intervenções cirúrgicas, mas acabou por falecer na passada segunda-feira.”
(in www.beneditafm.pt em 27 de Fev de 2014)
2 – Acabo de ver o noticiário televisivo (1 de Março de 2014) e vejo pais com filhos deficientes, em alto grau, a quem a Segurança Social negou pela primeira vez apoio social, substituindo-se ao parecer médico.
Simplesmente inacreditável!
3 – Depois do episódio recente de um doente canceroso a quem foi recusado um medicamento, por razões supostamente orçamentais, começo a ter a sensação que temos um governo nazi, que está a criar condições para que se matem os velhos (apenas consomem recursos) e que se deixem morrer os doentes cancerosos e os deficientes.
Hitler talvez não fizesse melhor e, tal como este governo que mentiu aos seus eleitores, também ele foi eleito democraticamente.
4 – Há dias uma pessoa amiga informou-me que o seu médico de família, nas Gaeiras (Óbidos), se recusou a passar uma credencial para um exame urgente porque era muito caro e tinha ordem de não poder ultrapassar um determinado “plafond” por doente, que tinha muita pena, mas não podia ser.
Essa pessoa amiga teve de recorrer à ajuda materna para poder efectuar o exame urgente, numa clínica privada.
5 – Este não é o meu país, Portugal, que queria deixar como herança aos meus filhos. Este não é o Portugal que foi pioneiro na abolição da pena de morte e agora atira para o cemitério (economicamente), milhares de pessoas, por falta de assistência médica condigna e atempada.
Este não é o meu país, onde antigamente havia militares que se faziam respeitar e não deixavam um bando de criminosos destruir, o que demorou 900 anos a construir.
Se tivéssemos Forças Armadas num país digno, já teria havido um golpe de Estado, teria sido criado um colégio de sábios com gente honesta, que governasse Portugal, e teriam sido levados a tribunal todos os agentes políticos directamente ligados à destruição de Portugal no após 25 de Abril de 1974.
6 – Até quando povo português?

José Lucas

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