Um sábio muito humilde, muito generoso e altruísta, pelas palavras da nossa amiga Quina N.Correia, do Grupo de Cavaquinhos.
Eras um artista multifacetado e muito modesto. Estiveste no ensino envolvendo alunos, e comunidade escolar. Sempre foste estimado por todos e muitos acompanharam-te até à tua última despedida.
Nasceste com a música e o associativismo nas veias. Como afirmavas: comecei a frequentar a Sociedade de Instrução e Recreio “Os Pimpões” ainda ao colo dos meus pais. Aí participaste em inúmeras atividades musicais e teatrais e fizeste parte de algumas das suas Direções.
Desempenhaste um importante trabalho como professor de crianças, jovens e adultos e formaste o Grupo de Música Popular Portuguesa, “Grupo Típico dos Pimpões” que posteriormente deu origem ao “Grupo Típico Os Caldenses”
Criaste o “Grupo de Cavaquinhos dos Pimpões”, e depois a Associação do “Grupo de Cavaquinhos de Caldas da Rainha”.
Foste autor de mais de setentas letras e músicas sendo algumas dedicadas às Caldas da Rainha.
Criaste, em conjunto com a Junta de Freguesia de Stº Onofre, há alguns anos, um Museu da Música com mais de cem instrumentos, por ti organizados e cedidos, mas atualmente estão à espera de um local condigno para os expor.
Em finais de 2001, com um grupo de residentes, ajudaste a reativar a Associação da Fanadia que se encontrava encerrada e que se veio a tornar um polo de dinamização e desenvolvimento local. A tua presença e do Sérgio Pereira foram fulcrais para criação do grupo de música tradicional, com recolha de canções locais, “O Reinadio” e nasceu do mesmo modo o “Grupo de Gaiteiros da Fanadia”.
Deixaste obras marcantes de Cerâmica, a pedido do Centro Hospitalar de Caldas da Rainha tu e o teu pai remontaram sete painéis de azulejos, do século XVI e XVII e reconstruíram a “Berlinda” do tempo da Rainha Dª Leonor. Realizaste o mural do Centro Social e Paroquial de Caldas da Rainha com um Grupo de Idosos do seu Centro de Dia, em que promovias o Atelier de Cerâmica. Na vida a tua bondade espalhou-se deixando-nos as tuas raízes, que se foram alastrando na cidade que te viu nascer, crescer e partir.
Escreveste no términus da tua autobiografia no ano de 2005: Eu, João Fernando Arroja Pedro de Sousa revi a minha passagem de 58 anos de existência, em que nem tudo foi fácil, mas orgulho-me do meu contributo para que tanta gente fosse um pouco mais feliz, eu tenho sido, porque para mim as Pessoas são o meu ponto de Encontro com o Mundo.
Farias hoje 75 anos neste dia 6 de abril de 2022.
Helena Liebermann (esposa), Lourdes Santana, Emília Bernardo e Quina Correia (amigas de longa data)






























