“Atrajados mentais”, cito

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O Carlos Cipriano lançou um comboio de alta velocidade sobre um “gangue” de “atrajados mentais”, cito.
Acertou em cheio, um deles, graduado: uma espécie de Comandante de Castelo da Mocidade Portuguesa do antigamente, veio tirar desforço.
Um pai de uma “atrajada mental”, cito, também entrou na liça.
O que me faz entrar na contenda, é o artigo de felicitação a C.C. do leitor Francisco Martins da Silva, que assino por baixo, com distinção e louvor.
Acrescento:
1- Tradição de praxes fora de Coimbra pouco ou quase nada.
2- Em Lisboa, quando lá cheguei em 1970, em Farmácia, faculdade conservadora, o que se praticava era uma verdadeira integração dos Caloiros: visitas a laboratórios farmacêuticos, um “Rally Paper”, um Julgamento dos Caloiros em que o maior atrevimento era pôr os Caloiros (havia poucos) a mostrar o umbigo às Caloiras (muitas) e ao Júri: humilhações nada!
Nas outras Faculdades (mais tarde em Farmácia também) lutava-se contra a Política de Educação da Ditadura Fascista, elitista e repressiva como a dos “praxistas” de agora.
3- O que os “duxes” e os “tavolas”, não sei quê… querem, é constituir-se em casta que gere os negócios dos trajes, insígnias e festas (queimas das fitas, etc ), colocando-se na primeira linha para ingressar depois nas lideranças das Juventudes Partidárias do Poder ( Bloco Central dos Interesses ) e daí retirar dividendos futuros.
Há cerca de um ano, saía da Biblioteca Nacional, vi um bando de Corvos (assim lhes chamo) a importunar alguns Caloiros, de penico de plástico na cabeça, a rastejar na lama, na maior humilhação.
Fotografei a cena canalha e um “Corvo graduado” (dizia-me que estava a cuidar do seu futuro!… e estava!…) veio atrás de mim exigindo a destruição das fotos.
Do alto dos meus 60 anos, disse-lhe, com calma, que estava em espaço público e não tinha satisfações a dar-lhe.
Perante a insistência agressiva, simulei um telefonema para “os meus colegas”, nem eu sei de quê… o que o fez finalmente bater em retirada.
Dos pais, que embarcam numa situação repulsiva que já causou feridos e mortos: o caso da praia do Meco é paradigmático, só tenho pena.
Gastam dinheiro em bizarrias que não dominam, manifestando um grau de desinformação e conformismo, que só se compreende, por pensarem, na sua boa vontade, estarem a fazer o melhor pelos filhos (“show-off” na benção das pastas, etc, etc.).

Jorge F. Ferreira

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