Cerâmica Contemporânea de Autor será presença regular no Parque
Numa organização da Associação “Colectivo 3 Cês”, no âmbito de um protocolo acordado com o Centro Hospitalar de Caldas da Rainha, decorreu neste mês de Dezembro, nos dias 11 e 12 e de 18 a 23, o evento “ Cerâmica no Céu de Vidro”, uma Mostra de Cerâmica Contemporânea de Autor. Criámos nesta edição importantes sinergias. Tivemos alguns apoios, que são imagens de marca da nossa cidade que aderiram naturalmente a este projecto, o que tornou também possível criar no último dia, um momento muito especial.
Aproveito para em nome da nossa Associação agradecer ao Centro Hospitalar , nomeadamente a toda a equipa do Museu do Hospital, ao Curso Técnico de Turismo da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro , ao Restaurante Pachá, à Mercearia Pena, à Bombondrice, aos músicos do “Caldas Handsaw Massacre” e ao Jacinto Gameiro do Turismo Rural “Casal da Eira Branca” que nos apoiaram e muito têm feito na divulgação da Cerâmica e das Caldas em geral.
Este evento irá realizar-se também ao longo de todo o ano de 2011, no segundo fim-de-semana de cada mês, coincidindo com a feira de velharias realizada no parque D. Carlos I.
Faz todo o sentido que numa cidade como as Caldas da Rainha, com forte tradição na Cerâmica e sendo uma referência nessa área, se realize um evento deste género, criando o hábito nas pessoas de virem às Caldas ver o que de melhor se faz em Cerâmica.
Queremos fazer algo que até agora nunca foi realizado. Criar um evento regular e inovador que será um compromisso entre exposição versus feira (se assim lhe quisermos chamar),permitindo um contacto mais próximo entre o público e os autores, num espaço de eleição, o Céu de Vidro , antiga casa da cultura no parque D.Carlos I, espaço emblemático desta cidade que outrora albergou inúmeros eventos culturais, nomeadamente exposições de Cerâmica.
Pretendendo assim no curto/ médio prazo que este seja um acontecimento de referência a nível nacional e porque não internacional, trazendo para além do público local, outro público.
Os visitantes poderão ver e adquirir peças de vários autores com diferentes linguagens expressivas, peças únicas de grande qualidade plástica e técnica. Para além de autores locais sempre presentes no evento, irão também participar autores de outras zonas de Portugal e num futuro próximo também ceramistas estrangeiros.
Associação Três Cês
Ainda a associação De Volta a Casa
Aquilo que gostaria de levar ao conhecimento de V. Exª., bem como dos leitores desse órgão de Comunicação Social, que V. EXª. dirige é, nesta época de grave crise, em que muitos dos nossos cidadãos não têm, em cada vez maior número, condições para tratar da sua mais elementar subsistência ou dos seus familiares, algo de paradoxal e brutal simultaneamente.
Existe nas Caldas da Rainha uma associação denominada “Volta A Casa”, que há anos fornece refeições, diariamente, aos carenciados e sem abrigo caldenses. Primeiramente e até 2003, o seu principal dinamizador (de seu nome Joaquim Sá, a quem a Câmara deu, há anos, a medalha de mérito municipal), não tendo instalações próprias, fornecia essas refeições no Parque D. Carlos, desta cidade, ao vento e à chuva, se tal ocorria, de moto próprio, sem a existência ainda da referida associação. A partir de 2003, a Câmara Municipal, reconhecendo a valia deste trabalho, mediante a legal constituição da referida associação estabelece com esta um protocolo e celebra um contrato de comodato, cedendo à Associação Volta a Casa, umas suas instalações existentes no cimo da Praça da República (vulgo Praça da Fruta).
Acontece que, recentemente, a Câmara Municipal, a pretexto de várias queixas e segundo diz um relatório da Polícia de Segurança Pública e provavelmente, também, porque tem um plano de recuperação urbanística, para aquela zona da cidade, de facto bastante degradada, pretende romper o contrato de comodato (cedência daquelas instalações) e deixar assim de apoiar, desta forma a Associação Volta a Casa, deixando sem refeitório cerca de quarenta utentes, que diariamente, ali almoçam e jantam.
Depois de muito instada, por vários cidadãos e forças políticas caldenses, com especial referência ao Bloco de Esquerda Caldense, a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, através do seu Presidente e da Senhora Vereadora Maria da Conceição, veio dizer que esses carenciados serão encaminhados para outras instituições, de solidariedade Social; não se afigurando a mim e a outros cidadãos, que isso resolva, por incapacidades várias dessas instituições, o problema de, diariamente, continuar a fornecer as cerca de oitenta refeições quentes, aos carenciados caldenses.
Tendo eu, pessoalmente, conversado com o principal dinamizador da associação, o cidadão benemérito Joaquim Sá, sei que este não vai desistir da sua obra e que, na ausência de instalações, voltará para a rua para continuar a matar a fome a estas pessoas carenciadas.
O caso tem merecido bastante atenção da imprensa local e da própria Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, gerando-se, na cidade, uma onda de indignação contra esta cruel atitude, por parte do executivo municipal, de maioria absoluta do PSD.
Um dos pretextos da Câmara para o rompimento deste contrato de comodato, com a Associação Volta a Casa (avançando com uma acção de despejo à Associação no final do ano) é o de que estas instalações não estão nas devidas condições de higiene e de que a existência daquele refeitório favorece a crescente marginalidade na cidade, o que é uma falsidade. Os utentes são cidadãos muito carenciados, não são marginais, como a Câmara tenta fazer crer. Tudo isto é, em minha opinião, um preconceito inadmissível contra a pobreza e a exclusão social, um pretexto de que a edilidade caldense se serve para deixar de apoiar, desta forma os carenciados.
Numa altura em que a pobreza e a exclusão social progridem de dia para dia, por causa da grave crise porque passamos, esta atitude da Câmara Municipal das Caldas da Rainha é uma autêntica e inadmissível violência, reveladora de uma insensibilidade social a toda a prova. Como cidadão e deputado municipal não consigo calar esta minha revolta, contra uma atitude que considero obscena, num momento em que o flagelo da fome, em Portugal, aumenta.
Fernando Rocha
(Deputado municipal pelo BE)
































