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Exmo. Senhor
Director da “Gazeta das Caldas”,
Permita-me que use o espaço público do jornal que dirige para expor um rol de coisas estranhas com origem nos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha que demonstram haver qualquer problema por lá, e que não devem afectar-me apenas a mim:
1 – Nos últimos meses comecei a receber duas facturas por mês, que se atropelam e depois se anulam e cujos valores emergem a seguir misturados noutra factura, gerando uma confusão que obriga ao duplo esforço de eu estar a contactar os serviços e de aí estarem a resolver o problema.
2 – Na última leitura feita pelos próprios Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha (SMCR) aconteceu mais uma coisa estranha: fizeram a leitura do segundo contador (rega) e atribuíram esse valor ao primeiro contador (casa), que depois apareceu “por estimativa”. A água gasta para a rega aumenta nos meses de verão, mas não está sujeita ao mesmo tipo de custosas taxas e taxinhas da água gasta em casa. Mas, com esta distorção, a água que é mais barata foi tributada como se fosse a mais cara.
3 – Os SMCR têm o hábito de, reparadas as rupturas na rede apodrecida de abastecimento de água, enfiaram terra e pedras no buraco aberto e desaparecerem. Às vezes, fazem remendos mais sólidos, outras vezes nem isso. Há três semanas houve uma ruptura na rua Maria Matos, ao lado de minha casa, e fizeram o mesmo. Mas os camiões que têm servido uma obra particular nessa rua têm estado a desfazer a cobertura precária de terras e pedra. A conduta que existe no fundo sobreviverá?
4 – Os SMCR ocupam-se agora do lixo e isso já me valeu, na confusa e errada factura da água que agora recebi, mais uma taxa (de 29€) para pagar… nem se percebe o porquê. Em troca, os SMCR oferecem, na minha rua, um contentor avariado, emporcalhado de anos de uso sem lavagem, com o pedal para abrir a tampa partido, o que obriga quem quiser meter o lixo lá dentro a abri-lo… à mão. Há quem não se importe de pôr as mãos nessa porcaria, mas também há quem deposite o lixo a céu aberto sobre a tampa do contentor fechado. Ninguém, na Câmara ou na Junta de Freguesia de Santo Onofre e Serra do Bouro, se importa com isto, ou com o resto.
Devo acrescentar que as irregularidades das facturas têm sido sanadas em contacto directo com os funcionários dos SMCR. Mas, elogiando a sua compreensão, há que dizer que não se justifica que tanto eu como eles estejamos a perder tempo, repetidamente, com estas confusões, estes erros e esta prolongada e reiterada negligência.
Maria Manuela Rosado
NR – Gazeta das Caldas contactou os Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha que nos enviou a seguinte resposta:
No seguimento da carta dirigida à Gazeta das Caldas, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da CMCR vêm esclarecer o seguinte:
1. O sistema informático que suporta o processo de faturação para os clientes que possuem 2 contadores apresentou uma anomalia, que está devidamente reportada, mas em nenhum momento qualquer cliente saiu prejudicado, atendendo que os serviços a todo o instante corrigiram as anomalias verificadas.
2. As leituras dos diferentes contadores pelo facto de aparecerem na fatura por ordem inversa, não implica que as mesmas tenham sido trocadas, porque não o foram, pelo que o valor das mesmas reflete o valor real a faturar;
3. Refuta-se completamente a forma como descreve a abordagem técnica que é feita à reparação de ruturas na rede de abastecimento de água. As mesmas são abordadas conforme recomendações técnicas superiormente aprovadas, sendo que umas têm abordagens mais complexas do que outras, atendendo ao local, á dimensão da conduta entre outros fatores permanentemente tidos em conta.
4. Quanto à taxa de RSU há uma manifesta má leitura por parte do leitor, atendendo que a taxa aplicada foi de 1,94 € (um euro e noventa e quatro cêntimos) e taxa recursos hídricos (TRH) foi de 0,26 € (vinte e seis cêntimos), pelo que não se compreende os 29,00 € que são referidos.
Sabemos estar expostos à opinião crítica dos nossos concidadãos, percebendo os transtornos eventualmente causados, mas creiam-nos que o empenhamento colocado na procura da resolução dos problemas é total e permanente, numa disponibilidade nunca discutida, por todos os colaboradores destes serviços.
OS SMAS
