
psicóloga
Eu que adorava a compra do novo material escolar, a cada novo ano letivo custa-me mais. Eu que sentia o friozinho na barriga do recomeço, agora vivo-o de forma mais sofrida pela minha casa e pela minha saúde mental. Nem me apetece pensar nas reuniões, todas encavalitadas e às vezes no mesmo horário. É preciso jogo de cintura …
Todos com horários diferentes, de entrada, de saída e de almoço. Coordenar isto com o meu humor matinal é dose. Querer ter tudo organizado, fazer mil contas para ter a certeza de que nada fica esquecido. Preparar lanches desenxabidos, que muitas vezes acabam desfarelados no fundo a mochila. E o pior, ter o receio de ser brindada com alguma birra!
Sentar no carro e olhar em redor, fazer uma contagem mental, na certeza de que me esqueci de algo, felizmente de nenhum dos miúdos. Vivemos numa cidade relativamente fácil de percorrer, mas às 8h10 o caos instala-se. E todos os dias me recrimino de não ter saído de casa no horário que estipulei mentalmente.
Debito recomendações, como só uma mãe consegue fazê-lo, eles acenam com a cabeça, como quem já as sabe de cor… triste sina, somos chatas, pouco alegres, stressadas e nada daquilo que sonhámos ser. Mas ao dar o último beijo, recordo-lhes: Diverte-te! (ao mais novo por vezes ainda molho o dedo para lhe limpar o canto da boca de resquícios do pequeno-almoço ou alguma remela que conseguiu escapar à água).
Às 9 horas já levei uma sova de vida. Mas ainda há o final do dia, onde nos transformamos em motoristas, num leva e traz das atividades, que os fazem felizes e gastar energia… podiam ter menos atividades, podiam, mas não têm nem quero. Mas posso queixar-me!!!!
Com os professores conto repartir a educação. Porque há sempre pedaços nossos e porções imensas de alguém que fará parte do dia-a-dia deles, que será mestre e lhes vai ensinar tantas coisas novas e maravilhosas.
Não sou das que pensa que educação se dá em casa e instrução na escola. Acho que somos todos adultos capazes de fazer o seu papel. Uma aldeia que ensina e educa. Os valores vão na mochila, mas às vezes podem precisar de ser relembrados.
Espero da escola tantas coisas, para além de todas aquelas coisas habituais como compreensão, discernimento, diálogo, tolerância, flexibilidade, empatia e reforço das melhores qualidades que têm, adorava que promovessem o uso do pensamento crítico, lhes ensinassem a chegar a resultados, conquistas e estratégias para colmatar os pontos fracos (sim, porque também os têm!).
E esta serei eu em poucos dias… bendita maternidade que nos suga toda a energia e nos enche de amor.
Bom ano para os miúdos e coragem pais. ■
































