O Centro Cultural e de Congressos existe!

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O espaço é infinito. O tempo não existe! O tempo é nossa invenção.
Salão Ibéria. Cine-Teatro Pinheiro Chagas. O Casino. A Casa da Cultura. Antes e depois destes, muitos outros espaços se destinaram à expressão da cultura em Caldas da Rainha. A cidade foi manifestamente uma terra de grande vocação teatral e inevitavelmente cultural e artística.
Hoje é outra cidade. A mesma, mas outra. A mesma vocação. Os mesmos pretextos, mas outra interpretação. Outra leitura. Outra sabedoria.
Aquilo que fez nascer a arte e a cultura caldense, as suas tradições, as suas particularidades, implodiu nas ideias e intenções. Se antes os grupos representativos eram incómodo aos diversos poderes e tinham de ser amordaçados através da desconstrução das suas essências, agora já não… Não deve! Não pode!
Somos hoje uma sociedade aculturada aos diversos saberes. Somos, porém, mais conhecedores de tudo um pouco. Não deixamos que o vento tudo leve.
Mais vale tarde que nunca. A cultura popular é, sem dúvida, a mais sábia, mas também a mais desconfiada. A mais certeira. Hoje, vemos na figura do Centro Cultural e de Congressos (CCC) o espelho daquilo que representa o avançar dos tempos. Espaço privilegiado com o melhor dos equipamentos e das melhores condições técnicas. Também um espaço dotado de uma enorme e potencial vontade.


Vejo nos seus intervenientes, o espelho do esforço e da dedicação. Vejo o ar da vontade de fazer melhor aquilo que se sabe. Vejo o olhar de quem se orgulha de fazer melhor o que tem que fazer. É um dever. Vejo a humildade de um “boa noite ou boa tarde”  num “obrigado por ter vindo”, como que um reconhecer dos seus desempenhos. Das suas vontades.
Veleidades à parte, o sucesso, é na maioria das vezes, crescente. A função, o objectivo a predestinação são alcançadas.
O reconhecimento, esse mais ainda. O esforço é notório. A aproximação às diversas gentes, ao povo, à sociedade. O povo é a sociedade. O povo somos todos nós. A sociedade somos nós e os outros todos à nossa volta. O CCC é hoje uma casa da cultura. Um espaço social. Um Pinheiro Chagas. Um casino. O que for. É aquilo que nós somos. É hoje um espaço privilegiado onde se consegue criar um ambiente saudável de encontros, partilhas, experiências.
O espaço é infinito. A conjuntura e este desgoverno empurram-me para deveres que me fazem ver, frequentemente, o olhar cabisbaixo de quem perdeu um emprego que punha o pão na mesa. Qualquer espaço deixa de ser infinito. Encerram-se os olhares de cada um em cada lugar. Há outras vidas para além das outras. O CCC, com as suas dificuldades é sem saber, um exemplo que nos faz acreditar que existe uma luz. Faz-nos lembrar, recordar o que fomos e quem somos, mas ajuda-nos, sem saber, de quem somos capazes de ser.

Sou professor há dez anos. Não tenho trabalho (escola). Vejo no CCC um espaço onde tudo acontece, tal como numa escola. Qualquer uma. O ar está cheio de sorrisos e abraços invisíveis. Tal como uma escola. Trabalhamos para os outros. Para educar, ensinar, partilhar, proporcionar, mediar entre tantas outras coisas,  também fazer sorrir e chorar.
O espaço é infinito. O tempo não existe! O tempo é nossa invenção. O Centro Cultural e de Congressos existe! A cidade foi e será manifestamente uma terra de grande vocação teatral e inevitavelmente cultural e artística, assim o queiramos.
Aos responsáveis, aceitem as minhas felicitações pelo esforço e dedicação notória e crescente. O meu reconhecimento. As veleidades, a existirem, fazem parte. Dão estilo, mas reportam ao alto e o alto quanto mais alto mais equivalente se certifica. Gosto desde CCC. Deste suor. Desta dedicação. Como cidadão, obrigado. Grato por me proporcionarem aquilo a que tenho direito e que tanta falta nos faz. Sou apenas eu a sentir. Grato por tudo. Grato por nada.
Bruno Prates

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