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Na qualidade de delegado sindical, e como representante da larga maioria dos trabalhadores da secção de higiene e limpeza, do Município das Caldas da Rainha. Venho através desta carta, em meu nome e das pessoas que represento, bem como dos nossos familiares, manifestar o nosso mais sincero apoio à sua candidatura, a Presidente da Câmara das Caldas da Rainha.
Como é visível, actualmente a cidade da Caldas, está longe de ser um exemplo de higiene e limpeza. Na qualidade de funcionários, consideramos que este facto, não se deve à falta de empenhamento, dedicação e espírito de missão da nossa parte. Mas sim, a um total desprezo por parte de quem gere a autarquia em relação à nossa secção (higiene e limpeza), bem como para com os seus funcionários. (…)
Vejamos alguns exemplos:
– A viatura da lavagem de contentores utiliza no seu trabalho unicamente água, sem qualquer desinfetante (caso único neste tipo de trabalho e só nesta Câmara, lavar sem detergente). Esta viatura curiosamente, trabalha mais de inverno do que de verão. Aliás de verão está quase sempre parada, sendo nesta altura que os contentores no nosso ponto de vista, precisariam de serem lavados com mais frequência, como de resto parece óbvio.
– Com as viaturas da recolha de lixo, passa-se a mesma situação do lava contentores. No fim de cada turno estas são lavadas unicamente com água, não estando ao nosso dispor qualquer tipo de desinfetante para a sua lavagem. Aliás o único material para a lavagem de viaturas, é o shampoo automóvel e destina-se à viatura do Presidente, esta sim, tem de andar lavada e desinfetada, no entender dos responsáveis da autarquia.
– A recolha de animais mortos, na maior parte das vezes é feita para as viaturas da recolha de lixo, violando as regras do Plano de Destruição de Cadáveres de Animais de Companhia (PDCAC).
– Ausência de uma correta política de reciclagem. A viatura camarária de recolha de cartão, trabalha em total dessincronia com os lojistas. Caso trabalhasse de forma correta e em sincronia com os lojistas, seria uma mais-valia na recolha de cartão e papel, podendo trazer melhorias ecológicas e financeiras para a Autarquia, através do total aproveitamento deste material.
– Os contentores da zona industrial são autênticas lixeiras a céu aberto. Servindo para por todo o tipo de lixo, inclusive lixo industrial, que deveria ter outro tipo de tratamento.
– As grandes superfícies comerciais, (em particular o Modelo Continente) não separam o seu lixo, sendo bastante frequente encontrar restos de peixe, comida, lixívia e óleos nos contentores.
– Os contentores subterrâneos, (esta grande inovação dos responsáveis Camarários) são autênticos aterros sanitários no centro da cidade (ex: antiga praça do peixe e Rua Miguel Bombarda). A sua lavagem não é frequente, e a manutenção do mecanismo elevatório dos contentores nunca é feita. Desta forma, cada vez que é necessário despejar esses contentores subterrâneos, são desperdiçados alguns litros de óleo da viatura, uma vez que o sistema elevatório está acoplado à viatura. Resultado, prejuízo para a Câmara em óleo, ficando ao mesmo tempo a via publica fica suja de óleo, tornando-se um perigo para os transeuntes. (…)
Durante estes últimos anos tentámos ser ouvidos, quer por parte de quem gere a Câmara, quer por parte de outras forças políticas da cidade das Caldas. De todos obtivemos indiferença, (volto a salientar que a indiferença é a pior resposta que se pode dar a uma pessoa). Apenas uma se mostrou interessada em nos ouvir, tanto em defender os nossos direitos como funcionários como a acolher e debater ideias que possam melhorar a higiene e limpeza da nossa cidade. Essa pessoa foi o Senhor (Manuel Isaac), que sempre que foi solicitada a sua presença na nossa secção, sempre respondeu positivamente, dando importância aos funcionários da higiene e limpeza, a quem o senhor Fernando Costa uma vez chamou de lixeiros.
Os funcionários da secção de higiene e limpeza, através desta carta enviam-lhe um sincero obrigado. Volto a salientar, que pode contar com o apoio sincero da larga maioria dos funcionários desta secção, assim como dos nossos familiares, pois as Caldas precisam de outros horizontes.
Luís Cândido
Delegado sindical e representante dos trabalhadores da higiene e limpeza
NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à Câmara Municipal, tendo recebido a seguinte resposta do presidente da autarquia em exercício, Tinta Ferreira:
As opções e preferências políticas e pessoais dos funcionários do Município são do foro privado dos mesmos, pelo que não nos compete tecer qualquer consideração sobre o assunto.
Já relativamente às questões de funcionamento do serviço de limpeza foi com surpresa que tomámos conhecimento pela comunicação social de uma carta do delegado sindical Sr. Luís Cândido sobre o respectivo serviço.
Quer anteriormente, quer agora, sempre estivemos disponíveis para reunir com os sindicatos e com os funcionários de qualquer serviço.
Consideramos que corresponderia ao cumprimento do dever de lealdade a marcação de uma reunião para melhor esclarecimento e tratamento destes assuntos antes de os discutir na praça pública.
Pelo que se deduz na carta, há a intenção, nesta altura pré-eleitoral, de aproveitar estes assuntos para fazer acusação política a uns e elogios a outros, o que registamos.
Como é do conhecimento público, estamos condicionados pelas leis em vigor que limitam a assunção de novos de novos compromissos e impedem a contratação significativa de novos recursos humanos e aquisições de equipamento e material em quantidade.
Apesar disso, estamos a tentar melhorar os serviços e vamos continuar a fazê-lo.
Algumas questões levantadas estão a ser apreciadas e caso se justifiquem serão melhoradas. Outras há que, ou já foram objecto de esclarecimento público, ou revelam desconhecimento por parte do Sr. Delegado sindical.
Por exemplo: A viatura de lavagem de contentores utiliza apenas água porque, segundo informação obtida, o equipamento não permite a utilização de produtos químicos. A lavagem apropriada é feita com jacto de alta pressão.
Quanto à reciclagem de papel, os lojistas estão avisados da hora de passagem das viaturas. Infelizmente nem todos colaboram adequadamente.
Os casos de procedimento indevido por parte das empresas referidas devem ser denunciados e encaminhados para as autoridades competentes.
Relativamente ao equipamento de trabalho, se for solicitada a sua substituição justificadamente será substituído.
Só quando for permitido o recrutamento de um número significativo de funcionários será possível resolver grande parte das questões levantadas. Como já foi esclarecido, tal não é possível nesta fase.
Tinta Ferreira
