Carta aberta ao deputado Manuel Isaac

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Afirmou o senhor deputado no Congresso da Saúde na região Oeste que o informaram de que nada estava ainda decidido em relação às alterações nos hospitais do CHO.
Como os congressistas mostraram discordância, afirmou ainda que caso se sentisse enganado, iria lutar com toda a sua força contra qualquer injustiça que houvesse na equidade entre os dois hospitais.
Nós, nas Caldas da Rainha, sentimos que os políticos em Torres Vedras, numa actuação justa para com a sua população, tudo fizeram e fazem para que o Hospital de Torres Vedras não perca as valências que possui. (…) Sentimos também que nas Caldas da Rainha existe a maior e incompreensível passividade ao que está a acontecer, que os políticos das Caldas que melhor relação têm com o Governo (Maria da Conceição Pereira e o Presidente da Câmara, os políticos do PSD e do CDS), estão numa de, como cidadãos, virarem as costas a esta cidade, porque como políticos resolveram apenas dizer ámen ao governo.
Sentimos também um total e desesperante abandono por parte de quem pode ajudar ou decidir.
Passo então, como lhe prometi pessoalmente, a informar das alterações já efectuadas no CHO a que eu chamo o fim de um ciclo na melhoria assistencial na saúde nas Caldas da Rainha e o princípio da degradação do SNS no Oeste.
1 – A  direcção clínica dos hospitais do CHO foi atribuída à directora clínica do Hospital de Torres Vedras.
2 – O Bloco Operatório do Hospital das Caldas da Rainha vai deixar de realizar cirurgia programada convencional.
3 – A Farmácia do Hospital das Caldas vai ficar sobre a direcção da Farmácia do Hospital de Torres.
4 – O Serviço de Informática do Hospital das Caldas vai ficar sob a direcção do Serviço de Informática do Hospital de Torres.
5 – Quatro administradores do Hospital das Caldas foram despedidos e ainda não foi despedido um quinto porque não podem, mas colocaram-no no Hospital de Alcobaça.
6 – Dos dois Serviços de Instalação e Equipamentos  do C.H.O. fecha o das Caldas.
7  – O Gabinete de Planeamento do Hospital das Caldas passa a ser integrado no SIE do Hospital de Torres e sob a chefia do SIE do Hospital de Torres.
8 – O Serviço de Ortopedia com o seu internamento encerra no Hospital das Caldas mantendo-se o do Hospital de Torres.
9 – O Serviço de Pediatria passa a ser dirigido por um pediatra do Hospital  de Torres.
10 –  O director do Serviço de Cirurgia do Hospital das Caldas luta para que este não feche.
11 – O Bloco Operatório e a Urgência do Hospital de Torres tem felizmente suturas e outro material de uso médico de melhor qualidade do que infelizmente acontece no Hospital das Caldas onde até começa a faltar.
!2 –  O pessoal a trabalhar por contracto no Hospital de Torres foi integrado no quadro enquanto que no Hospital das Caldas foi despedido e infelizmente mais ainda serão, à medida que as valências do Hospital das Caldas vão encerrando.
13 – O Bloco Operatório do Hospital das Caldas irá ficar subaproveitado por apenas ir realizar cirurgias de ambulatório e de urgência  enquanto toda a cirurgia convencional passará para o Hospital de Torres continuando também este hospital a fazer cirurgia de ambulatório.
O Hospital das Caldas foi apenas beneficiado com o facto de um dos seus médicos ter ficado como director de serviço dos dois Serviços de Medicina do CHO e com três serviços administrativos que se mantêm nas Caldas sendo eles a Contabilidade, os Recursos Humanos e o da Estatística. (…) Se nada fizermos, a secundarização do Hospital das Caldas da Rainha vai ser total em relação ao Hospital de Torres Vedras. (…)
Termino com algo que é muito grave e sentido por muitos, e por quase todos os trabalhadores da Saúde das Caldas, e declaro que  não existe qualquer fantasia no que vou afirmar e que tem que ser  combatido com toda a veemência.
O Hospital das Caldas está a ser totalmente colonizado por Torres Vedras.
É inadmissível, intolerante e imoral o que está a ser decidido pela Administração do CHO, que vai prejudicar em muito as Caldas da Rainha e a sua população na assistência à saúde e no aumento do desemprego que tais medidas vão originar.
Senhor deputado Manuel Isaac: com a informação que agora recebeu penso que tem que se sentir indignado e revoltado. (…)

António Gaspar

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