Carnaval na Linha do Oeste

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Esta segunda-feira feira de Carnaval foi de facto divertida no primeiro comboio que vem no sentido Lisboa-Caldas da Rainha.
Tenho uma assinatura da CP desde 2006. De manhã vinha no comboio que chega às 9h21 às Caldas da Rainha (vindo de Lisboa), mas em função dos transbordos rodoviários que se iniciaram há um ano e que se converteram em supressões frequentes a partir do Verão, tenho optado por vir no primeiro comboio que chega às Caldas da Rainha às 8h03.
Embora saiba que tenho de suportar temperaturas próximas do 0ºC e que estou a aceitar a “jogada”, como já me disseram, da CP que só tem os comboios a funcionar normalmente por altura da renovação das assinaturas, poupando nos outros 20 dias, tomei esta decisão.
E hoje tudo correu dentro da normalidade até chegarmos a Torres Vedras. Entraram uns quantos jovens e apercebi-me que a viagem estava a ser feita por um revisor muito zeloso e que estava a fazer cumprir a regra (não explícita dentro das carruagens) de que a não aquisição do bilhete/”título de transporte” em estações que tenham a bilheteira aberta, obriga ao pagamento de uma coima de X vezes o valor do bilhete. E mais uma vez tudo bem. Ele foi pedindo o Cartão de Cidadão, informava sobre o que estava a fazer e passava ao mascarado seguinte.
Quando chegámos ao Bombarral, depois do comboio que ia no sentido contrário ter arrancado, verificámos todos que ficámos parados nesta estação. Sem me querer alongar muito, afinal a GNR foi chamada para identificar uns quantos jovens que não apresentaram qualquer documento, facto que a meu ver poderia ser feito à chegada às Caldas. Enquanto isso, ficámos todos à espera. Mesmo quando a GNR veio, tivemos de aguardar que o segundo comboio vindo das Caldas da Rainha fizesse o cruzamento no Bombarral.

Desta forma, posso concluir o seguinte:
1º O comboio chegou às 9h20 às Caldas da Rainha, com mais de uma hora de atraso;
2º Embora possa elogiar o respeito do revisor pela regras, lamento a falta de respeito para com todos os outros, ou seja, não existiu qualquer preocupação com quem vinha e, sobretudo, para com todos os que mensalmente compram a assinatura. Recordo-me, por exemplo, de uma utente que teve de ir a correr para vir na Rápida que vinha para as Caldas da Rainha, de modo a evitar (mais) um atraso no seu emprego por culpa da CP, ou de outra senhora que teve de conseguir que uma colega sua a substituísse nas obrigações que tinha de cumprir e às quais mais uma vez iria faltar por culpa da CP. No meu caso, foi uma hora perdida de trabalho.
Em última análise, foi uma viagem de Carnaval muito proveitosa: a CP irá “faturar” 60 euros se os jovens que vinham nesta condição pagarem nos próximos 15 dias, caso contrário serão 120 euros por cada um; não têm de indemnizar ninguém, mesmo os que persistem em financiar o serviço cada vez pior que é prestado pela CP; e voltaram a dar dinheiro a uma empresa rodoviária porque alguém teve de comprar um bilhete quando em condições normais não iria precisar.

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Carlos Coutinho

 

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