Caldas da Rainha e os seus valores patrimoniais e culturais

0
548

Parece que nos deslumbramos com as notícias que vêm a público e que murmuram em esquinas ao vento cantadas pelos mais audazes da plebe sem nos pronunciarmos ou manifestarmos publicamente em defesa daquela que não se queixa e que aceita tudo sem nada cobrar às más línguas e a quem se usa dela; velhinha mas sempre elegante, apelidou seus filhos de águas mornas, sem desprezo nem  malícia, que nos dias de hoje são passados a chacota por serem tão vulneráveis na boca dos mais atrevidos e oportunistas cá do burgo.
Morde-se nos passados governantes ao ponto de ficarem em pó e continua-se a morder. Com o pó e a saliva gasta, já se tinha feito em terracosso imagens de todos eles para nos enraivecermos, deliciarmo-nos a  desfazer e transformar em pó. Mas nunca eles ( e eu que vivi muito pouco tempo nessa época) gozaram e achincalharam tanto a nossa cidade como estes pseudogovernantes e pseudopolíticos que todos nós fomos elegendo para darem a cara pelo panorama nacional  e  local,  e que só  sabem comer e meter ao bolso em proveito próprio e que hoje como eu, amanhã mordes tu.

Tudo isto por causa dos naturais e forasteiros que vão gerindo e conduzindo os destinos das instituições públicas da cidade e das notícias que vêm a público nos nossos pasquins; cidade  que acolhe toda esta salada russa que por cá passa temporariamente ou que decide ficar para sempre. (…)
Então, onde andam essas individualidades que se insurgem, que são do contra, e de dente afiado que murmuram entre paredes públicas e ruas desertas e que falam à boca cheia nos espaços que lhes são mais comuns e privados das políticas passadas e presentes? Ora, reitero a pergunta (que não é retórica): Onde  estão as individualidades locais  da oposição que deixam estes processos (que não respeitam a cidade nem as figuras que lhes deram carisma e nome) andarem para a frente?
– O Bordalo Pinheiro: entretanto nem o nome dele figura na cidade, já está a passar ao esquecimento. Nem a escola que deu ensinamentos ao poviléu que nos rodeia manda e governa, não tem valor nenhum; tem mais valor uma aldeia que fica a três cabos de forquilha lá atrás do sol posto do que o próprio Bordalo ou a Escola Rafael Bordalo Pinheiro.
E o Hospital Termal vai para o povo ou para os privados? E o porquê de tanta política falsa com administrações e gestões hospitalares? As termas que em qualquer lado dão lucro, nas Caldas só enchem bolsos aos outros (termas)?
Os estacionamentos roubados na cidade vão dar lucro a quem? Aos privados do comércio tradicional, é? Este está a definhar; não tem mais valor nem há onde estacionar para o visitar. O crescimento da cidade há uns anos para cá deu lucro aos privados (patos bravos) e agora dá despesa e vergonha a quem é água morna. A urbe apresenta-se toda grafitada e suja nas paredes e vidros, resultado do crescimento desenfreado e desordenado que se vê a braços com a segurança noturna da população. Essa populaça que para aqui despertou atrás da oferta dos senhores do dinheiro (patos bravos) que quiseram fazer da cidade um dormitório, estes últimos gozaram tanto! Depois faliram e fugiram. É pena que não haja vozes da oposição e do contra para se pronunciarem  publicamente, ou só o passado interessa? É preciso defenderem a cara de quem os acolheu e as entranhas de quem os pariu para terem uma imagem digna de um águas mornas; agora, virem para cá pseudogestores fazer de nós gato sapato é triste. Penso que ainda vamos a tempo de lutar pelos nossos valores – haja instituições ou grupos bem organizados sem ser para sair no jornal ou no folheto e que saibam mobilizar a população, que o povo vem para a rua, não queiram é fazer o povo pagar por aquilo que não fez: ficar sem Hospital e sem Termal, e sem Parque, Santa Catarina mandar mais que as Caldas na jurisdição dos agrupamentos escolares…!  Eles se são alguém devem-no à Escola Comercial e Industrial Rafael Bordalo Pinheiro que foi quem formou o povo e os mandantes dessa terra. É desolador ver toda essa gentalha mandar na nossa terra e quem tem a faca e o queijo na mão não saber cortar. Caldas da Rainha e os valores patrimoniais e culturais, sempre!

- publicidade -

Carlos Oliveira

- publicidade -