Caldas da Rainha vai ter um pipeline para a água termal?

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O poder autárquico actual sente-se coagido a concessionar as águas termais mesmo que, para tal, tenha de contrariar e atraiçoar 500 anos de História.
Essa coação vem do facto de um Director de Serviço da Direcção Geral de Energia e Geologia assim o obrigar.
O principal motivo que este senhor invoca para retirar a concessão ao Hospital Termal, é o de este não ter idoneidade técnica para que se mantenha nele a concessão das águas minerais e assim essa água deverá ser concessionada à Câmara. Incompreensível tal argumento. O Hospital Termal que possui os trabalhadores que sempre laboraram neste sector, o Hospital Termal onde existe a experiência secular dessas águas, não tem idoneidade técnica e a concessão vai-lhe ser retirada. A Câmara, sem qualquer experiência nem vocação termal, sem ninguém que tenha trabalhado neste sector, tem a tal provada idoneidade técnica vai ter a concessão das águas.
Este argumento é um enorme atestado de estupidez, para quem acreditar nele e para quem tenha o dever de o contestar e não o faça, o que inexplicavelmente até agora não vi fazer, nem sequer pela administração do CHO porque tal argumento até a desacredita, o que é   inacreditável, mesmo surreal, tanto a falta de contestação como o argumento. Este senhor director deve considerar que vive no reino dos ilusionistas e que os caldenses vivem no reino dos totós. Mas o senhor director do DGEG, disse mais o seguinte:
– “Na minha decisão da concessão à Câmara das águas minerais pesou muito a disponibilidade da Câmara em a desejar”.
Ora aqui está o gato escondido com o rabo de fora. A demonstração de que este poder autárquico tudo faz para se apoderar do Hospital Termal pois que sem água não poderá reabrir. O argumento anteriormente exposto é o justificar do apossar primeiro da água e depois do Hospital e pronunciado propositadamente com esses fins políticos.
Os autarcas que actualmente mandam na Câmara estão a errar ao declarar na tutela e ministérios o seu interesse em algo que o governo não está minimamente interessado em administrar e que deseja alienar. A Câmara nunca deveria afastar deste processo o Governo, nem se deveria apropriar do património hospitalar porque a História assim o impõe e até porque não terá posses. E não deverá despender verbas nas obras até agora nunca mencionadas e necessárias para as quais os falados 20 milhões de euros a serem pedidos a fundos comunitários, caso eles venham a existir para este fim, não serão suficientes.
Os autarcas têm que examinar profundamente este presente, tão prontamente oferecido pelo governo, por se tratar de um presente altamente  envenenado.
A Câmara, ao se sentir coagida para ficar com a concessão da água termal e ao ter que decidir apressadamente em votação na Assembleia Municipal no dia 10 – votação eticamente reprovável, por ser aprontada a 15 dias de um acto eleitoral -, terá medo que por cá seja construído um pipeline que nos tire a nossa água, ou que a DGEG decrete sobre a água, obrigando-a a nascer num outro município?
António Gaspar

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