Caldas à frente

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Numa altura em que já cheira a legislativas, ficámos a saber que a campanha em Leiria da coligação PSD/CDS, intitulada Portugal à Frente, será dirigida por Fernando Costa e por Rui Gonçalves. Existiam muitas razões que se poderiam invocar para manter no governo esta coligação que retirou Portugal da banca rota e nos livrou de uma situação idêntica à da Grécia. No entanto, por se tratar de as-sunto nacional, essas razões não vão ser agora in-dicadas uma vez que esta crónica se dedica à polí-tica local e regional. Ainda assim, o facto de termos a dupla Costa/Gonçalves na direção da campanha é, objetivamente, uma boa notícia para as Caldas. Desde logo porque, se os dois partidos forem capa-zes de trabalhar juntos na campanha eleitoral das legislativas, fica demonstrado que podem também trabalhar, cada um na sua posição, o PSD no po-der e o CDS na oposição, em favor das Caldas e dos caldenses.
Por outro lado, Fernando Costa, que já foi aqui, nos “Paços do Concelho”, chamado de Presidente Emérito da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, e Rui Gonçalves, destacado militante e dirigente centrista nas Caldas, mostram bem a importância e a centralidade que as Caldas da Rainha assumem na política distrital, nos respetivos partidos que compõem a coligação governativa.
Se mais não houvesse, e há, esta situação dá ain-da mais razões aos caldenses para apoiar a coliga-ção para mais quatro anos. Depois dum mandato a “tapar buracos”, deixados pelo PS de Sócrates e António Costa, é justo que PSD e CDS governem no ciclo de crescimento que estes partidos, contra to-das as previsões dos “velhos do Restelo”, nos pro-porcionaram. Enquanto António José Seguro este-ve na liderança do PS, os Caldenses ainda poderiam aspirar a um posicionamento favorável aos nossos interesses caso o PS vencesse as eleições. Depois de cobardemente afastado, a única força política que pode lutar pelos interesses caldenses é a co-ligação Portugal à Frente. Exemplo disso foi a atri-buição às Caldas de um investimento de cerca de 20 milhões de euros na saúde, em detrimento de outros concelhos do Oeste.
Se a dupla Costa/Gonçalves é uma boa notícia para as Caldas, também é uma boa e inteligente escolha por parte do PSD e do CDS. Fernando Costa é um animal político e as ruas em período de campanha eleitoral são o seu habitat natural. Costuma puxar dos galões para lembrar as muitas vitórias eleitorais que já deu ao PSD nas Caldas e no distrito de Leiria. Recebendo agora esta responsabilidade, não vai querer manchar o seu registo e tudo fará para obter uma clara e esmagadora maioria. A Rui Gonçalves costumamos ouvir, de três em três semanas, neste mesmo espaço de opinião na Gazeta das Caldas, a pergunta: “Quo Vadis… Caldas?”. Podemos con-tinuar sem saber, na visão de Rui Gonçalves, para onde vão as Caldas mas, com a sua presença na direção da coligação PSD/CDS em Leiria, ficamos a saber que, independentemente do destino para onde forem, as Caldas vão à frente.

Jorge Varela

jorge.varela@ipleiria.pt

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