Fui acompanhando pela Televisão o desenrolar da Assembleia Geral do Sporting, com o interesse de quem é socio e estava retido em casa com uma forte constipação.
Estava preocupado, pois não me parecia necessário todo aquele alarido, num momento tão crucial para as aspirações do Clube em tantas modalidades desportivas, numa época do ano em que a serenidade só contribui para os êxitos.
O número de sócios presentes anunciados dava-me uma certa tranquilidade pois mostrava uma vez mais o bom senso dos associados.
Tudo acabaria por correr com normalidade.
Claro que existem pormenores, quer na alteração aos Estatutos, quer no concerne ao Regulamento Disciplinar que tendem a ser controversos.
Mas a verdade é que o Presidente foi eleito, apresentando aos sócios estas propostas agora votadas.
Até aqui tudo bem. Uma votação a rondar os 90% ou mais.
Com uma votação tão expressiva, estavam criadas as condições para o Presidente sair dali em paz, mandado os Associados para suas casas em paz, declarando naturalmente que o trabalho não vai parar e que esta jornada de Sportinguismo, só enaltecia o Clube e quem o Dirige.
Tal não aconteceu assim. Afinal o que estava em causa já não eram os pontos da Ordem de Trabalhos votados quási por unanimidade. Era o acerto de contas, não do Sporting, mas do Presidente com a Comunicação Social.
Ao velho estilo populista (perigoso), tentou incendiar as mentes satisfeitas com as decisões para que acertassem contas com os jornais, as rádios as televisões os comentadores, eu sei lá que mais.
“Não vejam televisões nacionais, não comprem jornais desportivos (todos os jornais têm secção desporto), não participem em programas como convidados para falar do seu clubismo”.
Ainda não fez um mês que terminei o meu mandato como Presidente do Núcleo do Sporting de Portugal de Caldas da Rainha.
O esforço que foi feito, teve em linha de conta a criação de um espaço físico com dignidade, onde os adeptos pudessem ver os jogos das várias modalidades do Clube.
Sem este condimento (assistir aos jogos) os Núcleos não têm razão de existir.
O Presidente do Sporting, sabe que existem centenas de Núcleos espalhados pelo País e estrangeiro.
O Presidente sabe que disputa uma competição que é subsidiada por uma estação de televisão.
O Presidente sabe que um dos patrocinadores mais fortes do Clube é uma Estação de Televisão.
Mas o mais grave, é que sabendo de tudo isto, inclusive que ninguém o levaria por diante por tão absurdo, instigou os associados a fazerem um papel, que não é condizente com a massa Associativa deste grande Clube.
Alguns, estou certo, ao verem-se retratados nos écrans, já se penitenciaram, pensando nos amigos e familiares que os viram numa atitude inqualificável.
Não há desporto sem imprensa, para o bem e para o mal.
Os atletas sem a sua imagem projetada nos escaparates e nos écrans, o desporto perderia a beleza estética que lhe esta adjacente.
Os meus ídolos, são os actores que dentro das modalidades que praticam nos levam ao rubro e onde as emoções são mais fortes.
Nenhum presidente será meu ídolo.
Jorge Sobral
































