José Luiz de Almeida Silva
Poucos se recordarão que a primeira Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, na passada semana homenageada, foi instalada em Fevereiro de 1977 pelo próprio Governador Civil de Leiria, Rocha e Silva, que veio às Caldas dar posse aos seus 31 membros (16 eleitos e 15 em representação das então freguesias), já presidida interinamente pelo médico Costa e Silva, cabeça de lista do PPD/PSD. Nessa reunião a escolha de Costa e Silva, de quem guardamos uma saudade profunda, seria ratificada e seria ele ao longo de dois mandatos que daria estatuto a este órgão, entendendo-o “com uma função essencialmente crítica”, mas também no sentido de “incentivar e facilitar a execução de projetos, empreendimentos ou iniciativas capazes de valorizar a região”, prometendo “falar apenas o necessário, mas com clareza”.
Ao longo destes 48 anos passaram por aquele órgão centenas de caldenses e dirigi-o quatro deles (o próprio Costa e Silva, Marcelo Morgado, Lalanda Ribeiro e Luís Ribeiro) que agora são homenageados com a respetiva fotografia, os quais tiveram uma relação com este jornal sempre positiva e cordata, o que contrastou favoravelmente com outros responsáveis nalguns casos, demonstrando que a democracia autárquica pode funcionar numa pequena comunidade de cerca de 50 mil habitantes.
Era interessante fazer a história deste órgão, que vai muito para além das atas do mesmo, durante bastante tempo servindo para a reprodução burocrática do desenrolar dos seus trabalhos, pois permitirá perceber o papel e o protagonismo (e a responsabilidade) que muitos ou todos tiveram ao longo dos anos na vida da comunidade. Hoje somos o que somos também pelo facto de termos sido o que fomos.
A História do Concelho e Cidade das Caldas da Rainha neste quase meio século também passou por aqui, quer por atos e decisões, como por esquecimentos e omissões. A Vida inexoravelmente é assim!

































